Os EUA alegam que as mercadorias são feitas com trabalho forçado de muçulmanos uigures detidos em campos de concentração. A China, por sua vez, já classificou essa acusação norte-americana como fake news e a "mentira do século".
A ação norte-americana se aplica a roupas e têxteis feitos de algodão cultivado em Xinjiang, assim como produtos alimentícios à base de tomate e sementes da região. A proibição, conhecida como ordem de liberação retida, também se aplica a produtos processados ou fabricados em países terceiros, escreve o New York Times.
A Agência de Proteção de Fronteiras e Alfândega dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês) estima que cerca de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 47,6 bilhões) em produtos de algodão, e US$ 10 milhões (cerca de (R$ 52,9 milhões) em produtos de tomate foram importados para os EUA no ano passado.
"As importações feitas de forma barata com o uso de trabalho forçado prejudicam as empresas americanas que respeitam os direitos humanos e também expõem os consumidores desavisados a compras antiéticas", acrescentou a agência.
Vice-secretário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kenneth Cuccinelli disse que a ordem envia uma mensagem aos importadores de que "os EUA não tolerará trabalho forçado de qualquer tipo", e as empresas norte-americanas devem erradicar os produtos de Xinjiang de suas cadeias de abastecimento.
O Departamento de Estado dos EUA sustenta que mais de um milhão de uigures, assim como membros de outros grupos minoritários muçulmanos, foram detidos em uma ampla rede de campos de internamento em Xinjiang.
As mudanças promovidas pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos devem promover um impacto no maior produtor de algodão da China, o Corpo de Produção e Construção de Xinjiang (XPCC, na sigla em inglês).