Cientista da NASA se declara culpado por mentir sobre laços com programa chinês

Como parte da linha dura do governo Trump em relação a Pequim, o Departamento de Justiça norte-americano reforçou os esforços para reprimir a influência chinesa sobre pesquisadores dos EUA.
Sputnik

Meyya Meyyappan, um cientista sênior da agência espacial norte-americana NASA, declarou-se culpado na quarta-feira (13) em um tribunal de Nova York por mentir sobre sua relação com um programa que, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, incentiva pesquisadores a desenvolver relacionamentos com a China em troca de doações, afirma a agência Reuters.

Os promotores argumentaram que Meyyappan participou do Programa Mil Talentos, uma iniciativa do governo chinês para recrutar pessoas familiarizadas com tecnologia estrangeira e propriedade intelectual, e que o cientista ocupou cargos de professor em universidades na China, Coreia do Sul e Japão sem informar essas associações e posições para a NASA ou para o escritório de Ética do Governo dos EUA.

Além disso, Meyyappan mentiu aos investigadores em uma entrevista em 27 de outubro do ano passado, afirmando que não era membro do Programa Mil Talentos e não exercia o cargo de professor em universidade chinesa, disseram os promotores.

Por ter confessado que mentiu, o cientista agora pode pegar até seis meses de prisão e deve ser sentenciado em 16 de junho. O advogado de Meyyappan não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da imprensa. A NASA também não comentou o assunto.

O Departamento de Justiça dos EUA tem tentado reprimir a influência chinesa sobre pesquisadores dos EUA como parte da linha dura do governo Trump em relação a Pequim.

Em janeiro de 2020, o departamento acusou Charles Lieber, ex-presidente do departamento de química da Universidade de Harvard, EUA, de mentir sobre seu envolvimento no Programa de Mil Talentos e sobre o financiamento de pesquisa que a China lhe concedeu. Lieber se declarou inocente.

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