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Brasil perdeu 1 multinacional a cada 3 meses desde 2018, diz jornal

De acordo com um levantamento publicado pelo jornal O Globo, desde 2018, ao menos 15 multinacionais de vários setores deixaram o Brasil. A saída dessas empresas foi mais sentida no setor industrial, com fechamento de fábricas e empregos.
Sputnik

Com base em um estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) publicado neste domingo (17) no jornal O Globo, entre 2000 e 2019, a participação da indústria de transformação (que exclui petróleo e minério) no Produto Interno Bruto (PIB) encolheu de 13,1% para 10,1%.

Com a chegada da pandemia, o índice ficou abaixo dos 10% pela primeira vez entre janeiro e julho de 2020. Trata-se da menor participação deste segmento desde 1947, segundo o Iedi. Enquanto a participação do setor na economia mundial caiu em um terço entre 1970 e 2017, no Brasil recuou à metade. 

Entre 30 países, o Brasil é citado ao lado da Argentina e Filipinas como nações cujas indústrias começaram a perder espaço enquanto a renda per capita ainda era inferior a US$ 20 mil (cerca de R$ 105 mil), o que é considerado um nível baixo pelo estudo.

Brasil perdeu 1 multinacional a cada 3 meses desde 2018, diz jornal

Entre algumas empresas que deixaram o Brasil, citadas pelo jornal, estão: a Ford, que decidiu fechar as três unidades no país; a Forever 21, que vai fechar este ano as 11 lojas no Brasil; a Mercedes-Benz, que deixou de fabricar carros no Brasil em dezembro de 2020; a Sony, que fecha em março a fábrica de Manaus; a Nikon, que deixou de vender câmeras fotográficas no Brasil em 2018; a Roche, que anunciou o fechamento de sua fábrica com 440 funcionários no Rio de Janeiro; a Eli Lilly, farmacêutica americana; a Walmart, que vendeu 80% de sua operação brasileira a um fundo de investimentos; a Audi, que deixou de produzir o A3 no Paraná; e a Kirin, grupo japonês vendeu sua cervejaria no país para a Heineken.

A publicação sustenta que o Brasil se tornou um ponto fora da curva no panorama internacional. Enquanto os ramos de maior sofisticação tecnológica, como microeletrônico e tecnologia da informação, que são a base da indústria 4.0, continuam ganhando participação no mundo, o Brasil não conseguiu formar as competências na magnitude necessária para arrefecer essa desindustrialização.

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