EUA revogam licenças de empresas fornecedoras para Huawei incluindo a Intel, diz mídia

Além das licenças revogadas, o governo pretendo rejeitar dezenas de aplicativos chineses nos últimos momentos da gestão Trump.
Sputnik

Antes da ação, a aprovação de cerca de 150 licenças de exportação para Huawei no valor de US$ 120 bilhões (cerca de R$ 635 bilhões) foi adiada em meio a disputas internas entre os reguladores norte-americanos, segundo a Reuters. A decisão é vista como um dos últimos esforços para enfraquecer a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações.

Em um e-mail analisado pela Reuters documentando as ações, a Associação de Empresas de Semicondutores dos EUA (SIA, na sigla em inglês) disse na sexta-feira (15) que o Departamento de Comércio norte-americano emitiu "intenções de negar um número significativo de pedidos de licença de exportação para a Huawei, assim como a revogação de pelo menos uma licença emitida anteriormente".

A Huawei e a Intel ainda não se pronunciaram sobre a decisão.

As empresas que receberam as notificações com a "intenção de negar" negócios com a empresa chinesa têm 20 dias para responder, e o Departamento de Comércio 45 dias para avisá-las sobre qualquer alteração. As empresas teriam então mais 45 dias para recorrer.

A notícia gerou uma moderada realização de lucros em algumas ações relacionadas a semicondutores na Ásia. A Samsung caiu 1,5%, enquanto as japonesas Advantest e Tokyo Electron caíram 1,5% e 0,8%, respectivamente.

Apesar dos EUA terem colocado a empresa chinesa na lista negra há dois anos, a Huawei continua a usar componentes Intel, incluindo processadores para muitos de seus produtos, abrangendo sua mais nova linha de notebooks.

Nas últimas semanas várias medidas contra empresas chinesas vêm sendo aplicadas no período final do governo de Donald Trump. Na semana passada, outra gigante da tecnologia, a Xiaomi, foi inserida com mais outras oito companhias na lista de empresas ligadas a militares chineses. No primeiro dia do ano, a Bolsa de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) decidiu expulsar três empresas de telecomunicações chinesas sob a mesma alegação, porém, a decisão foi revogada posteriormente. De qualquer forma, é clara a intenção do atual governo de dificultar a presença chinesa no mercado norte-americano.

De fato, as tensões entre os EUA e a China permanecem fortes até os últimos segundos antes da entrega da presidência de Trump para Joe Biden, que será realizada na quarta-feira (20). Esse cenário cria um ambiente de expectativa mundial para saber como Biden vai direcionar sua política em relação ao país que é visto hoje como o grande concorrente na disputa de maior potência do mundo ao lado dos EUA. A China foi o único país que, mesmo na intensa crise provocada pela COVID-19 em 2020, marcou alta em sua economia com aumento do PIB em 2,3%.  

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