A determinação de Pompeo chega faltando apenas 24 horas para o término do mandato de Donald Trump e a posse do presidente eleito Joe Biden. Até o momento, segundo a agência Associated Press, não houve resposta da nova equipe de Biden, embora ele e alguns integrantes de seu time de segurança nacional tenham manifestado apoio a tal designação no passado.
"Após um exame cuidadoso dos fatos disponíveis, eu determinei que, desde pelo menos março de 2017, a República Popular da China, sob a direção e o controle do Partido Comunista Chinês, cometeu crimes contra a humanidade contra os uigures predominantemente muçulmanos e outros membros de grupos étnicos e religiosos minoritários em Xinjiang'', escreveu Pompeo em um comunicado divulgado nesta terça-feira (19).
Eu determinei que a República Popular da China está cometendo genocídio e crimes contra a humanidade em Xinjiang, na China, tendo como alvos os muçulmanos uigures e integrantes de outras minorias étnicas e religiosas
A determinação de Pompeo não traz repercussões imediatas, mas tem implicações legais que significam que os EUA deverão levá-la em consideração na hora de formular políticas em relação à China. Os EUA já implementaram algumas ações, tais como a imposição de uma série de sanções contra líderes do Partido Comunista Chinês e empresas estatais que financiam o que os norte-americanos chamam de arquitetura de repressão em Xinjiang. A novidade consiste no fato de que a designação de "genocídio" faz com que novas medidas sejam mais fáceis de impor.
"Após um exame cuidadoso dos fatos disponíveis, eu determinei que a República Popular da China, sob a direção e controle do Partido Comunista Chinês, cometeu genocídio contra os uigures predominantemente muçulmanos e outros grupos étnicos e religiosos minoritários em Xinjiang. Eu acredito que este genocídio está em andamento, e que estamos testemunhando a tentativa sistemática de destruir os uigures pelo partido-Estado chinês", frisou Pompeo na nota.
Desde o início de 2020, o governo dos Estados Unidos vem aumentando continuamente a pressão sobre Pequim, impondo sanções a diversos funcionários e empresas por suas atividades em Taiwan, Tibete, Hong Kong e no mar do Sul da China. Além disso, as punições se intensificaram a partir do momento em que o presidente Donald Trump e o secretário Mike Pompeo começaram a acusar a China de tentar encobrir a pandemia do novo coronavírus.