Enquanto a maioria dos mamíferos tem orifícios separados para funções corporais, muitos outros animais (incluindo pássaros e répteis) têm apenas um, conhecido como cloaca. O fóssil do psitacossauro de 145 milhões de anos descoberto em Sihetun, na China, confirma que os dinossauros também dispunham de uma cloaca, e que provavelmente era por ela que eles faziam suas necessidades e copulavam, segundo a publicação da CNN.
O estudo da cloaca fossilizada indica que grandes lóbulos pigmentados em ambos os lados podem ter abrigado glândulas odoríferas almiscaradas, como visto em crocodilos, além de margens externas altamente pigmentadas com melanina, e que esses "genitais" coloridos eram usados para atrair parceiros para reprodução.
"É muito original. A maioria das cloacas formam uma espécie de fenda […] Essa [a fossilizada] tem uma estrutura em forma de V com um par de belos lábios alargados, e não há grupos vivos de animais com morfologia assim. É um pouco semelhante aos crocodilos, mas ainda assim único", disse Jakob Vinther, paleontólogo da Universidade de Bristol (Reino Unido) citado pela mídia.
Em animais com aberturas cloacais, os órgãos genitais estão inseridos dentro do corpo e não foram preservados, então não se sabe se este dinossauro em particular era macho ou fêmea. A maioria dos pássaros, o único parente vivo dos dinossauros, se acasalam por "beijo cloacal" (pressionando suas aberturas) e alguns paleontólogos acham que os dinossauros podem ter se acasalado assim.
Porém, Vinther acredita que esse não seria o caso do psitacossauro e que ele teria sim um pênis, pois a abertura fossilizada é mais parecida com a de um crocodilo que possui o mesmo orgão. "Pelo que podemos ver, esta cloaca não seria adequada para beijos cloacais. Parece que teria sido sexo com penetração", afirma o paleontólogo.