Segundo publicado pelo jornal O Globo, a entidade informou que a aplicação da segunda dose pode prejudicar a eficácia do imunizante. A proposta foi mencionada pelo secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, como estratégia para aumentar o número de pessoas vacinadas.
A campanha de imunização no Brasil começou logo após a aprovação pela Anvisa do uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca. No entanto, ainda há poucas doses disponíveis e o ritmo tem sido lento e gradual.
De acordo com o Butantan, os desenvolvedores da CoronaVac, fabricada pelo laboratório chinês Sinovac, não recomendam o espaçamento entre as doses. O estudo clínico para avaliar a eficácia do imunizante foi feito com intervalo de 14 a 28 dias entre as duas aplicações. Nesse período, a eficácia geral do imunizante, que abrange de assintomáticos a casos graves, é de 50,4%. Para casos graves, o índice é de 100%. Para casos leves, é de 78%.
Vacina de Oxford poderia ter intervalo maior
O Butantan informou que não é possível saber como será a resposta imune dos indivíduos que demorarem mais tempo para tomar a segunda dose. Um intervalo maior pode ajudar o governo a adquirir mais lotes da vacina e conseguir imunizar mais pessoas.
Além disso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) disse nesta quinta-feira (21) que não recomenda a prática do adiamento da segunda dose da Coronavac.
Recentemente, a coordenadora dos ensaios clínicos da vacina de Oxford no Brasil, Sue Ann Costa Clemens, disse que um espaçamento maior entre as doses do imunizante pode aumentar a eficácia da vacina. O modelo tem sido usado em outros países que estão vacinando a população com a vacina.