O Google anunciou nesta sexta-feira (22) que retiraria seu mecanismo de busca da Austrália se o país não modificar a lei que pretende forçar o gigante norte-americana da Internet a pagar os veículos de comunicação pelo conteúdo usado.
Em dezembro do ano passado, o governo australiano apresentou ao parlamento um "código de conduta vinculante", que trata da suposta disparidade no processo de negociação entre as mídias e as plataformas digitais. Este projeto, um dos mais restritivos do mundo, prevê penalidades de milhões de dólares em caso de infração.
"Se essa versão do código se tornar lei, não teremos escolha real a não ser parar de disponibilizar a busca do Google na Austrália", afirmou Melanie Silva, diretora-gerente do Google Austrália e Nova Zelândia, diante de uma comissão do Senado australiano, citada pela agência AFP.
Em resposta, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, disse que o governo não responderia ao que ele descreveu como "ameaças".
"A Austrália é quem estabelece as regras do que pode ser feito na Austrália. É o nosso Parlamento que decide […]. Pessoas que desejam trabalhar dentro dessa estrutura na Austrália são bem-vindas. Mas não cedemos a ameaças", garantiu Morrison.
Enquanto isso, o Facebook reiterou seu aviso anterior de que pode começar a bloquear o conteúdo de notícias na versão australiana da rede social por causa do novo código.