Cientistas sequenciam DNA de peixes que seriam 'ancestrais' de humanos

Investigadores sequenciaram os 43 bilhões de elementos do DNA de peixes dipnoicos, o código genético mais longo de todos os seres vivos, que mostraria a adaptação da espécie a um novo ambiente.
Sputnik

Cientistas sequenciaram o genoma inteiro dos peixes dipnoicos (Neoceratodus forsteri), o mais próximo peixe ancestral dos humanos, segundo cientistas, tendo publicado os resultados do estudo na revista Nature.

A equipe do Instituto de Pesquisa de Patologia Molecular, Áustria, relatou que foi a primeira a conseguir sequenciar o DNA da espécie, o mais extenso de todos os códigos genéticos de seres vivos conhecidos, possuindo 43 bilhões de nucleotídeos, ou "letras" do código genético, segundo o portal New Scientist.

Trata-se de um valor 30% superior ao detentor do recorde anterior, o axolotle, um anfíbio mexicano que a equipe sequenciou em 2018, e 14 vezes maior que o DNA humano, levando 100.000 horas de processamento com sequenciadores de computador de alta potência para ser realizado.

A analise genômica levou os pesquisadores a concluir que os peixes dipnoicos "estão estreitamente ligados à linha evolutiva que deu origem aos animais de quatro patas", devido à grande adaptação que tiveram de fazer após deixar o mar e passar a viver na terra, apesar de sua aparência mudar pouco desde que apareceram pela primeira vez.

"Quando se olha para ele de uma perspectiva genômica, ele está a meio caminho entre um peixe e um vertebrado terrestre", diz o biólogo Siegfried Schloissnigb.

"Para sair da água, você precisa se adaptar a um estilo de vida terrestre. Você tem que ser capaz de respirar ar, você tem que ser capaz de cheirar", explicou.

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