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Em colapso, Rondônia fraudou número de leitos para evitar medidas de isolamento, diz MP

O governo de Rondônia incluiu leitos clínicos e de UTI (unidades de terapia intensiva) inativos em relatórios de ocupação de hospitais com o objetivo de evitar que o estado entrasse em isolamento por conta da pandemia em virtude da falta de leitos.
Sputnik

A denúncia foi feita nesta terça-feira (26) pelo Ministério Público do estado (MP-RO), que dará início a um inquérito para aprofundar as investigações e apontar os responsáveis pela inclusão dos números nos documentos.

"Para poder camuflar os dados do relatório eles continuavam lançando esses leitos, mesmo estando inativos. E não só estavam inativos, como não havia nem sequer a possibilidade de ativá-los a qualquer momento por absoluta falta de profissionais médicos", diz Geraldo Henrique Guimarães, promotor e coordenador estadual de ações contra a COVID-19 do MP-RO, conforme publicado pelo UOL.

O objetivo teria sido o de evitar que, por falta de leitos, o estado fosse obrigado a regredir nas fases de isolamento e decretar medidas mais rígidas.

"Eles, aproveitando-se dos resultados fraudados, regrediram Porto Velho apenas para a fase dois, que permite ficar quase tudo aberto. Naquele dia, com os dados fraudados, estava 67% de ocupação dos leitos, contando os 30 leitos. Se tirássemos os leitos fraudados, iria para ocupação de UTI de 87,5%, o que teria levado automaticamente para a fase um — e era isso que eles não queriam", disse Guimarães.

​Na última semana, a rede hospitalar da capital Porto Velho entrou em colapso. Faltam leitos para atendimento na rede de saúde pública, que está saturada, e a cidade já criava fila de espera. No domingo (24), a cidade pediu a transferência de pacientes para outros estados.

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