Nesta quarta-feira (27), ao participar de um dos mais importantes seminários internacionais sobre economia, Mourão convocou empresas e investidores interessados na região amazônica a participar da elaboração de novos projetos para a região.
Para Mourão, pesquisas e projetos científicos precisam ser liderados pela iniciativa privada, uma vez que os governos, sobretudo no cenário pós-pandemia, não terão margem disponível para direcionar grandes somas para estes tipos de atividades, escreve a Rádio França Internacional.
"Embora o interesse no status da Amazônia tenha crescido de maneira acentuada, o mesmo não pode ser dito da cooperação financeira e técnica na região, o que nos fez falta diante das atuais necessidades", afirmou o vice-presidente do Brasil durante o painel "Financiando a transição da Amazônia para uma bioeconomia sustentável".
Mourão destacou que o governo não tem medido esforços para conter incêndios criminosos e o desmatamento. Ele disse que o país está negociando com os governos da Noruega e da Alemanha a retomada dos aportes de recursos ao Fundo da Amazônia, congelados ainda no início do governo de Jair Bolsonaro.
Ao fim de seu discurso, Hamilton Mourão destacou que o governo quer trabalhar com todos os parceiros interessados na preservação e no desenvolvimento da floresta em projetos que tragam segurança e oportunidades. Segundo ele, o futuro da Amazônia depende da expansão da bioeconomia. "E isso só vai se tornar realidade com a participação do setor privado", concluiu.
A participação da ministra Tereza Cristina
Tratando-se de Amazônia, o agronegócio brasileiro foi defendido e representado pela ministra Tereza Cristina. Em outro painel, sobre segurança alimentar, a ministra da Agricultura admitiu que o setor do agronegócio brasileiro precisa se inserir depressa no contexto da transformação digital da economia.
"Inovação é imprescindível para adequar a agropecuária à realidade global. É a única maneira de conciliar segurança alimentar com a preservação ambiental", afirmou.
A ministra afirmou ainda que o agronegócio brasileiro tem um dos ambientes "mais vibrantes" do mundo, e salientou a atuação das mais de duas mil agritechs, como são chamadas as startups do setor, que buscam opções sustentáveis para o crescimento da agropecuária.