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Governo brasileiro investiga mortes de 9 crianças yanomamis com suspeita de COVID-19

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde do Brasil está investigando as mortes de nove crianças yanomamis em Roraima com suspeita de COVID-19, informou nesta quinta-feira (28) o portal UOL.
Sputnik

De acordo com o site de notícias, equipes do Ministério da Saúde já estão em campo apurando as informações levantadas pelo Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) yanomami e ye'kwana de que nove crianças teriam morrido vítimas de COVID-19 em duas comunidades da Terra Indígena yanomami, na região oeste de Roraima.

Em comunicado enviado ao UOL, o Ministério da Saúde informou que "o DSEI [Distrito Sanitário Especial indígena] encaminhou uma equipe aos locais para averiguar a situação, mas ressalta que, até o momento, os óbitos não foram confirmados para COVID-19. A pasta esclarece ainda que, todos os óbitos em área indígena com suspeita de COVID-19 são investigados."

Na última terça-feira (26), o Condisi enviou um ofício ao Ministério da Saúde, assinado por seu presidente Júnior Hekurari Yanomami, em que relata a morte das nove crianças que teriam apresentado sintomas de COVID-19 como febre e cansaço. Além disso, o documento afirma que há um surto da doença na região, no qual outras 25 crianças teriam sido infectadas pelo novo coronavírus, e pede o envio de profissionais de saúde para auxiliar as comunidades.

Governo brasileiro investiga mortes de 9 crianças yanomamis com suspeita de COVID-19
"Hoje, o coronavírus está espalhado para todas as comunidades yanomamis. Onde não tinha, chegou. Há muitas pessoas doentes e com os mesmos sintomas das crianças que morreram. Eles estão pedindo socorro, um atendimento. Nessas comunidades, estão sem equipe de profissionais, sem uma assistência de saúde há mais de 60 dias", disse Júnior Yanomami em entrevista ao UOL.

Segundo o Ministério da Saúde, para investigar as mortes e determinar se as mesmas foram provocadas pela doença do novo coronavírus são adotados os critérios de vigilância estabelecidos pela pasta, que consistem em testes para a COVID-19 (PT-PCR e teste rápido), ou histórico de contato próximo com algum caso confirmado laboratorialmente em que o paciente apresente febre ou algum outro sintoma da doença até 14 dias depois do contato.

A Sesai informou em seu último boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (27) que o Brasil registrou 41.251 casos e 541 óbitos por COVID-19 entre indígenas desde o início da pandemia. Destes, 1.256 yanomamis foram diagnosticados com a doença, enquanto dez morreram.

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