A descoberta — a ser publicada na revista científica Physics Letters B em março — estreita radicalmente a extensão de massas potenciais para partículas de matéria escura.
Pesquisadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, usaram o fato estabelecido de que a gravidade atua na matéria escura da mesma forma que age no Universo visível, de modo a calcularem os limites inferior e superior da massa da matéria escura, explica o portal Phys.org.
Os resultados mostram que a matéria escura não poderia ser nem "ultraleve" nem "superpesada", tal como outros cientistas teriam teorizado, a não ser que haja alguma força ainda desconhecida que atua sobre ela.
A equipe assumiu que a única força a atuar na matéria escura é a gravidade, e calculou que as matérias integrantes na matéria escura teriam uma massa entre 10-3 e 107 elétron-volts, um intervalo muito menor do que o espectro 10-24 elétron-volts – 1019 gigaelétron-volts geralmente teorizado.
O que torna esta revelação ainda mais significativa é que se for descoberto que a massa da matéria escura está fora do intervalo previsto pela equipe de Sussex, então também provará que uma força adicional – assim como a gravidade – atua sobre a matéria escura.
"Esta é a primeira vez que alguém pensou em utilizar o que sabemos sobre a gravidade quântica como uma forma de calcular o intervalo de massa da matéria escura. Ficamos surpresos quando percebemos que ninguém havia feito isso antes, assim como os colegas cientistas que estavam revisando nosso estudo", disse Xavier Calmet, professor da Escola de Ciências Matemáticas e Físicas da Universidade de Sussex, citado pelo portal.
"O que fizemos mostra que a matéria escura não pode ser 'ultraleve' ou 'superpesada', como alguns teorizam – a menos que haja uma força adicional ainda desconhecida agindo sobre ela. Esta pesquisa ajudará os físicos em duas formas: concentra a área de busca de matéria escura, e também contribuirá potencialmente para revelar se existe ou não uma misteriosa força adicional desconhecida no Universo."
O Universo visível — ou seja, nós, os planetas e as estrelas — conta com 25% de toda a massa do Universo, sendo os restantes 75% compostos por matéria escura, com a gravidade contribuindo para as formas das galáxias como as conhecemos.