A declaração, escreve o Valor Econômico, foi feita no Fórum Econômico Mundial, que acontece de modo virtual em razão da pandemia de COVID-19.
"É inconcebível que o aumento do comércio incremente também a importação de desmatamento. É preciso haver garantias na lei para combater o desmatamento importado. Esse é o problema que temos com o Mercosul", disse Riester.
Representantes franceses já haviam indicado que serão oposição ao acordo comercial firmado em 2019 e chegaram a citar o Brasil diretamente.
"Temos que ter a ambição de criar novos padrões que permitam impulsionar globalmente nossos objetivos sustentáveis, em vez de incentivar o oposto", defendeu o ministro Riester. Para ele, essa é a única forma de manter uma política econômica aberta e ter coerência com a necessidade de um desenvolvimento sustentável.
O presidente da comissão de ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, indicou que o tratado intercontinental, como está atualmente, pode não ser aprovado. "O Parlamento não tem nenhuma intenção de passar um cheque em branco ao Brasil sobre a Amazônia", concluiu.
A afirmação reafirma o que presidente francês, Emmanuel Macron, disse neste mês sobre o comércio agropecuário com o Brasil. "Continuar dependendo da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia", escreveu em uma rede social.
A publicação acompanha um vídeo em que Macron afirma que produzirá soja localmente para que o país não compactue com uma produção "a partir da floresta destruída no Brasil".
Acordo UE-Mercosul
O acordo entre União Europeia e Mercosul está paralisado desde 2019, quando atritos políticos relacionados à sustentabilidade e à proteção do meio ambiente começaram entre líderes europeus e o governo do presidente brasileiro.