Alto representante da UE devia 'coreografar' regresso mútuo de Irã e dos EUA ao JCPOA, diz Teerã

Mohammad Javad Zarif, chanceler iraniano, em entrevista à emissora CNN, sugeriu que Josep Borrell, diplomata da União Europeia, devia ajudar a devolver o Irã e os EUA ao acordo nuclear.
Sputnik

Josep Borrell, alto representante da União Europeia para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, poderia "colocar seu chapéu como coordenador da Comissão Conjunta e coreografar as ações que devem ser tomadas pelos Estados Unidos e [...] pelo Irã", disse na segunda-feira (1º) Mohammad Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã.

A Comissão Conjunta é um órgão criado pelo Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), composto por representantes das partes do acordo, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia, China, os EUA (até 2018), Irã e União Europeia, que tem a tarefa de monitorar o cumprimento do acordo.

Na opinião do chanceler iraniano, esse mecanismo seria necessário "para basicamente sincronizá-lo [o confronto] ou coordenar o que pode ser feito".

"Claramente, as ações que o Irã toma sempre foram monitoradas e verificadas pela AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica], e demonstramos que cumprimos nossas promessas", comentou o alto funcionário iraniano em entrevista à emissora CNN.

"O lado que não foi capaz de mostrar que cumpre suas promessas foram os Estados Unidos, e, como eu disse, os EUA precisam provar sua boa-fé. Já provamos nossa boa-fé. Se estamos longe das limitações estritas do acordo nuclear, é porque eles tentaram impor uma guerra econômica total ao Irã. Agora, [se] isso parar, voltaremos ao cumprimento total".

Em relação ao estoque de cerca de 3,6 toneladas de urânio enriquecido, Zarif afirmou que isso pode ser resolvido "em menos de um dia", e certamente não em "mais tempo [do que] os Estados Unidos levariam para implementar ordens executivas que são necessárias para colocar de volta em operação o petróleo, bancos, transportes e outras áreas que o presidente Trump [2017-2021] violou", o que levaria no máximo semanas em alguns casos, segundo ele.

Em 9 de janeiro, Ahmad Amirabadi Farahani, parlamentar iraniano, avisou que se as sanções anti-iranianas de Washington não fossem canceladas até 21 de fevereiro, Teerã expulsaria os inspetores da AIEA, permitindo a continuação do enriquecimento de urânio pelo país.

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