"Israel tem um objetivo claro – que o Irã não seja nuclear. Não é apenas o interesse israelense. É o primeiro e principal interesse global e regional", disse Gantz em entrevista a canal egípcio neste domingo (31), citado pelo The Times of Israel.
"As Forças de Defesa de Israel e o estabelecimento de defesa israelense mantêm a opção de tomada de medidas contra o projeto nuclear do Irã se isso for o que se deve fazer", ponderou o ministro, ressaltando não querer chegar a realizar esta opção.
Israel conduziu duas vezes ataques militares contra programas militares de seus inimigos – contra o Iraque em 1981 e a Síria em 2007, no âmbito do que é conhecido como a Doutrina Begin, que assegura que Jerusalém não deixe nenhum país inimigo obter armas nucleares.
Gantz também afirmou que o Irã com capacidades nucleares levaria o Oriente Médio a uma corrida armamentista e que o apoio iraniano ao Hezbollah e ao movimento houthi exigiu ações.
"Eu quero que o povo no Irã me entenda: não tenho nada contra eles. Os cidadãos iranianos merecem uma vida normal como qualquer outro ser humano, mas o suporte do regime [iraniano] ao terrorismo, ao Hezbollah e aos houthis demanda ação", ressaltou.
Além disso, o ministro israelense considerou que qualquer guerra no futuro envolveria lançamento de mísseis do Hezbollah e do Hamas contra civis israelenses, e por isso Israel precisaria eventualmente responder atacando armazéns de mísseis em áreas civis.
A entrevista foi emitida algumas horas após Gantz ter visitado o Corpo de Profundidade das Forças de Defesa de Israel, unidade destinada a realizar missões muito além das fronteiras do país, para rever os planos das operações, perante uma ameaça aparente do Irã, segundo a imprensa do ministério.
Recentemente em janeiro, Teerã anunciou ter começado a enriquecer urânio acima de 20%, a nível muito superior a 3,5% permitido pelo acordo nuclear.
A administração Biden confirmou que Israel será envolvido no processo de tomada de decisões em relação ao programa nuclear iraniano.