Desde que o governo Bolsonaro decidiu que as teles contempladas na disputa do leilão de 5G cumpram algumas (novas) condições, a avaliação de fontes do mercado é de que as exigências podem encarecer a implantação da infraestrutura no país, escreve o jornal O Globo.
Fontes do setor ouvidas pela reportagem dizem que a lista de exigências torna a quinta geração "impagável". Diante da reação, há expectativa de que o Ministério das Comunicações publique uma nova portaria com outras regras nos próximos dias.
Uma das principais reclamações do setor foi a exigência de criar uma rede privativa para o governo federal, formada por uma rede móvel no Distrito Federal e uma infraestrutura de fibra óptica para prédios públicos fora de Brasília.
O tamanho dessa rede para o governo e a sua capilaridade ainda são uma incógnita, o que também preocupa o setor. A reportagem sustenta que o fato da chinesa Huawei não poder ser contratada para a implantação da rede para o governo aumentaria os custos de uma eventual construção.
As empresas defendem que a tecnologia do 5G tem que ser implementada passo a passo, e não de uma vez só. Integrantes da Anatel defendem a exigência, por outro lado, afirmando que o 5G só será instalado em sua plenitude se essa tecnologia for implementada desde já.
Apesar do adiamento sobre o edital, por pedido de vista do presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, votaram pela aprovação o relator do caso, Carlos Baigorri, e outros dois conselheiros. Com três votos favoráveis, já há maioria para a aprovação do edital, mas conselheiros podem mudar o voto ao longo da análise.
O leilão
O governo vai licitar quatro blocos de espectro para a tecnologia 5G no Brasil: 700 megahertz (MHz); 2,3 gigahertz (GHz); 3,5 GHz; e 26 GHz. A quantidade de blocos e faixas fará do leilão do 5G o maior já realizado no Brasil e uma das maiores licitações de espectro do mundo.