Mas a declaração, redigida pelo Reino Unido, não condena mais o golpe, conforme previsto em um primeiro esboço durante uma reunião de emergência na terça-feira (2). China e Rússia se opuseram a essa formulação, de acordo com diplomatas.
China e Rússia — que têm poder de veto e são os principais apoiadores de Mianmar na ONU — pediram mais tempo para refinar a resposta do conselho, de acordo com informações publicadas pela AFP.
A última declaração também apoia o retorno ao diálogo e ao processo democrático em Mianmar, onde o exército deteve líderes civis, incluindo ex-chefe de Governo de fato, Aung San Suu Kyi.
"É melhor um texto com menos do que nenhum texto", disse um diplomata, lembrando que as negociações com a China têm sido difíceis desde terça-feira (2).
A liderança comunista da China adotou uma abordagem suave ao golpe. Pequim pediu que todos os partidos em Mianmar "resolvam suas diferenças", e a agência de notícias oficial Xinhua na segunda-feira (1º) descreveu o golpe como uma "grande remodelação do gabinete".
Mianmar é uma peça vital da enorme iniciativa de infraestrutura da China, a Nova Rota da Seda.
Os militares de Mianmar justificaram sua tomada do poder alegando fraude generalizada nas eleições realizadas há três meses, em que o partido NLD, de Suu Kyi, venceu de forma esmagadora. Eles então impuseram estado de emergência por um ano no país e afirmaram que então seriam realizadas novas eleições.