No último incidente, uma ambulância que estava se dirigindo para o bairro espanhol da cidade, e utilizando sua sirene, foi rodeada por dois homens conduzindo motos de grande porte. Estes bateram na janela e um deles lançou uma ameaça, informou o The Times.
"Não percebeu que não pode usar sirenes aqui? Desligue-a ou atiro em você!" Após tamanha ameaça, o motorista da ambulância chamou a polícia para que pudesse ser escoltado com segurança para fora da zona.
Os clãs da máfia Camorra de Nápoles não gostam do som das sirenes das ambulâncias porque podem ser confundidas com a chegada de viaturas policiais, desestabilizando, assim, o negócio dos traficantes de droga, uma vez que seus clientes ficam assustados.
"Já recebemos ordens para não usar sirenes em outros bairros, incluindo Sanita e Traiano, onde ambulâncias só ligam a sirene depois de sair da área", contou Manuel Ruggiero, médico de emergência e chefe do grupo Nessuno Tocchi Ippocrate, um grupo de luta contra a violência a funcionários da saúde.
Ruggiero disse que as equipes de ambulâncias da cidade também costumam ser atacadas por parentes de pacientes por chegarem tarde demais para salvá-los. "Tivemos 300 incidentes de agressão como este nos últimos três anos, e isso acontece porque existem apenas 17 ambulâncias em Nápoles para um milhão de pessoas", citado pela mídia.
No entanto, equipes de socorro também prestam apoio médico aos "fora da lei", pois os clãs napolitanos já requisitaram ambulâncias para levar mafiosos feridos a hospital.