A missão MESSENGER da NASA está fora de operação há quase seis anos, mas os dados coletados continuam fornecendo informações preciosas sobre o espaço.
Foi o caso do estudo publicado pela Universidade Johns Hopkins mostrando que, após nova análise, a missão na verdade testemunhou um grande impacto de meteoroides em Mercúrio. Essa é a primeira observação de um impacto sobre a superfície de outro planeta.
"É simplesmente incrível que a missão MESSENGER pudesse ver isso acontecer. Esses dados desempenham um papel realmente importante em nos ajudar a entender como os impactos de meteoroides contribuem para o material da exosfera de Mercúrio", disse Jamie Jasinski, físico espacial e autor do estudo citado pela Universidade.
Antes, os impactos de meteoroides só eram observados com telescópios na Terra e na Lua, mas os dados captados pela missão refletem que o planeta é marcado por crateras que se formaram a partir de milhões de anos por esses impactos, e os astrônomos acreditam que a sonda provavelmente testemunhou uma das colisões mais sérias recentes.
Os pesquisadores descobriram o impacto ao analisarem imagens registradas pela espaçonave MESSENGER enquanto deslizava sobre o lado do Sol de Mercúrio que acabou mostrando algo estranho: um número incomumente grande de íons de sódio e silício soprando um poderoso vendaval que expelia gases carregados do Sol. Estranhamente, essas partículas viajavam em um feixe estreito, quase todas na mesma direção e na mesma velocidade.
Usando a velocidade e a direção das partículas, os pesquisadores retrocederam o relógio, rastreando o movimento das partículas de volta à sua origem. Eles encontraram então as partículas agrupadas em uma nuvem densa, que emergiu da superfície de Mercúrio e se estendeu por mais de seis mil quilômetros.
Uma missão operada pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins que esteve fora de operação por quase seis anos observou recentemente um grande impacto de meteoroide em Mercúrio - a primeira observação de um impacto na superfície de outro planeta.
Primeiro, os pesquisadores consideraram várias causas possíveis para a pluma, mas o impacto de um meteoroide acabou fazendo mais sentido. Eles estimam que o meteoroide provavelmente tinha pouco mais de um metro de comprimento.
"Isso apenas mostra como é raro ter a espaçonave no lugar e na hora certa para medir um evento como esse", comentou Jasinski, acrescentando que "esta foi uma observação especial e muito legal para ver a história se concretizar".