O ministro da Saúde do país, Zweli Mkhize, afirmou hoje (7) em uma coletiva transmitida pela Internet que o governo decidiu tomar essa medida depois que os dados de um ensaio clínico mostraram que o imunizante oferece proteção limitada contra doenças leves causadas pela variante 501Y.V2, que foi identificada pela primeira vez no país.
No entanto, Mkhize acrescentou que o governo manterá armazenados os lotes da vacina da AstraZeneca até que um comitê de cientistas ofereça "indicações claras do que fazer com a vacina".
Apesar da suspensão do uso do imunizante da AstraZeneca, o ministro assinalou que o programa de vacinação que deveria começar no final deste mês segue de pé, mas que a estratégia deverá ser modificada. "Ainda esperamos seguir com nosso programa de vacinação", afirmou.
"A partir da semana que vem e pelas próximas quatro semanas esperamos que haja vacinas da Johnson & Johnson e da Pfizer, que serão disponibilizadas para os profissionais de saúde", disse Mkhize.
Um estudo cuja publicação é esperada para esta segunda-feira (8) mostra que a vacina elaborada pela parceria entre a Universidade de Oxford e o laboratório britânico AstraZeneca apenas oferece proteção limitada contra a cepa sul-africana do novo coronavírus em casos moderados e leves de COVID-19.
Segundo o jornal norte-americano Financial Times, que revelou neste fim de semana as descobertas do estudo, os testes contaram com 2.025 participantes com média de idade de 31 anos. Metade deles recebeu um placebo, enquanto a outra metade recebeu pelo menos uma dose do imunizante de Oxford/AstraZeneca. Nenhum dos participantes morreu ou foi hospitalizado.
Um porta-voz da AstraZeneca disse ao Financial Times que o laboratório já estava adaptando sua vacina para a cepa sul-africana, que estaria disponível para entregas no segundo semestre.