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Maia reclama de traição e diz que DEM foi para a extrema-direita

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), confirmou que vai deixar o DEM para fazer oposição a Jair Bolsonaro. Maia disse que o DEM regrediu aos tempos de Arena, voltando à extrema-direita.
Sputnik

As declarações foram publicadas nesta segunda-feira (8) pelo jornal Valor Econômico.

"O partido voltou ao que era na década de 1980, para antes da redemocratização, quando o presidente do partido aceita inclusive apoiar o Bolsonaro", afirmou Maia.

Segundo o deputado, o movimento fez com que o partido desse uma guinada à direita.

"O DEM decidiu majoritariamente por um caminho, voltando a ser de direita ou extrema-direita, que é ser um aliado do Bolsonaro", disse.

Após ver seu candidato na eleição à Presidência da Câmara abandonado em nome da aproximação de seu partido com o Presidente da República, Maia disse que vai fazer o pedido de desfiliação do DEM no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para "dormir tranquilo".

"Vou pedir minha saída no TSE [...]. Hoje posso dizer que sou oposição ao presidente Bolsonaro. Quando era presidente da Câmara, não podia dizer. Mas agora quero um partido que eu possa dormir tranquilo de que não apoiará [o presidente]. [...] Não quero participar de um projeto que respalda todos os atos antidemocráticos", declarou.
Maia reclama de traição e diz que DEM foi para a extrema-direita

Maia afirmou que demorou para perceber que tinha sido traído por quem considerou ser um amigo de 20 anos. A Comissão Executiva Nacional do DEM decidiu pela neutralidade na eleição para o comando da Casa. Maia declarou apoio ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e esperava ter o respaldo de seu partido.

"Não podia imaginar que um amigo de 20 anos ia fazer um negócio desses", disse Maia sobre ACM Neto. E completou: "Mesmo a gente tendo feito o movimento que interessava ao candidato dele no Senado, ele entregou a nossa cabeça numa bandeja ao Palácio do Planalto".

Maia ainda colocou que, com a aproximação crescente do DEM com Bolsonaro, a tendência é que a aliança entre o partido e o presidente ultrapasse a pauta econômica.

"Não descarto nem a hipótese de Bolsonaro acabar filiado ao DEM", completou Maia.
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