No dia 1º de fevereiro, Mianmar foi alvo de um golpe de Estado depois que os militares detiveram a conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, e outros integrantes do alto escalão do governo civil, após acusações de fraudes nas eleições gerais realizadas em novembro do ano passado. Em seguida, os militares declararam o estado de emergência por um ano, mas assinalaram que realizarão novas eleições ao término do mesmo.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU está realizando uma sessão especial sobre "as implicações de direitos humanos na crise em Mianmar" nesta sexta-feira (12), após um pedido realizado em conjunto pelo Reino Unido e a União Europeia. A Sputnik teve acesso a um projeto de resolução que pede a libertação dos detidos e a suspensão do estado de emergência.
Acontecendo agora: sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre as implicações de direitos humanos da crise em Mianmar.
"Questões existentes no campo dos direitos humanos devem ser resolvidas em conjunto com os países interessados [Mianmar], dentro de uma estrutura de diálogo aberto e cooperação. A sessão especial de hoje [12] claramente não é propícia para isso. Pedimos o fim das tentativas artificiais de fazer barulho em torno da situação em Mianmar", disse Gennady Gatilov, representante permanente da Rússia junto ao Escritório da ONU e de outras organizações internacionais em Genebra, na Suíça.
Além disso, o diplomata russo mencionou que a resolução da disputa entre militares e o governo civil em Mianmar está inserida nas questões internas do país, a mesma visão que foi expressa pelo embaixador da China nas Nações Unidas, Chen Xu.
"A China não é favorável à realização desta sessão especial do Conselho de Direitos Humanos. O que aconteceu em Mianmar é essencialmente uma questão interna de Mianmar", afirmou o embaixador chinês.
Além de China e Rússia, Venezuela e Bielorrússia também manifestaram dúvidas sobre a necessidade de realização desta sessão especial do Conselho de Direitos Humanos.