O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, acusado de fraude, quebra de confiança e aceitação de subornos em três casos separados, acredita que o julgamento contra ele foi "forjado" e será desfeito muito antes de seu final real.
Questionado por jornalistas sobre se buscaria imunidade para interromper o julgamento, Netanyahu disse que não pediu, acrescentando: "Não vou precisar, porque esses casos surreais e fabricados estão desmoronando […]. Este julgamento está acontecendo como você pode ver. E quanto mais longe vai, mais surreal e fabricado parece ser", relata o jornal The Times of Israel.
O primeiro-ministro lista algumas das alegações que ele e seus advogados fizeram muitas vezes sobre as supostas fabricações: "Testemunha de intimidação. Conflitos de interesse daqui a Chipre. A invenção de um crime que não existe nos livros de nenhum país democrático. Abertura de investigações contra um primeiro-ministro sem a aprovação do procurador-geral".
O julgamento foi retomado em 8 de fevereiro e não deve ser concluído antes das eleições parlamentares de 23 de março. "A promotoria agora está tentando chegar à fase de evidências antes das eleições, uma intervenção grosseira […]. Espero muito que os juízes não se rendam a essa pressão", afirma o primeiro-ministro.
Indagado se o julgamento vai até o fim, Netanyahu respondeu: "Ele [o julgamento] entrará em colapso muito antes". Toda a acusação é "absurda", ressalta o primeiro-ministro.
Netanyahu também rebateu as críticas vindas de seu próprio partido de que ele não poderia continuar a ser primeiro-ministro durante o julgamento.
"Eu trouxe milhões de vacinas [...]. Quatro acordos históricos [...]. Eu permaneço firme contra o Irã […]. Estou levando a economia a novos patamares [...]. O que posso fazer em uma hora, Yair Lapid [líder da oposição no Parlamento] não é capaz de fazer na vida", garantiu Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense se declarou inocente das acusações de corrupção. Se condenado, o político de 70 anos pode pegar até dez anos de prisão.
Por causa da investigação, Netanyahu teve que abandonar todos os cargos ministeriais, exceto o cargo de primeiro-ministro. Israel passa por uma longa crise de poder político, já que o país está agora se encaminhando para suas quartas eleições em dois anos, desencadeadas pelo colapso da coalizão de centro-direita de Netanyahu.