Revelada causa de extinção da megafauna na América do Norte 12 mil anos atrás

Resultados de novo estudo alemão, publicado na revista Nature Communications, apontam à causa de extinção de mamutes e outros grandes animais da América do Norte no fim do Pleistoceno.
Sputnik

Segundo eles, a extinção está ligada às drásticas alterações climáticas e não à chegada ao continente dos primeiros seres humanos, que supostamente teriam exterminado os animais grandes.

Na época do Pleistoceno tardio, a América do Norte abrigava muitos animais de grande porte, tais como mamutes, mastodontes, preguiças gigantes, castores gigantes e gliptodontes, animais parecidos a tatus. Mas, há cerca de 12 mil anos, a maioria destes representantes da megafauna desapareceram.

Com utilização de novo método estatístico, cientistas da equipe de pesquisa de eventos extremos do Instituto de Ecologia Química Max Planck encontraram provas convincentes que a principal razão da extinção dos grandes mamíferos na região nesta época foi a mudança do clima e não o aumento da população humana ou a caça excessiva.

"A abordagem tradicional consistia em tentar determinar o tempo de extinção da megafauna e ver como esta corresponde à chegada dos seres humanos à América ou a qualquer evento climático", disse um dos autores do estudo, Mathew Stewart, segundo o comunicado. "No entanto, a extinção é um processo, o que significa que ele se desenvolve durante certo intervalo de tempo e, por isso, para entender a razão do desaparecimento da megafauna na América do Norte é importantíssimo descobrir como variou a dimensão das populações antes da extinção. Sem isso, tudo o que vemos pode ser considerado mera coincidência."

Os especialistas usaram um método inovador de avaliação da dimensão das populações, desenvolvido por um dos autores do estudo, Christopher Carleton, que se baseia na utilização de datação por radiocarbono como indicador das antigas dimensões das populações animais.

Sua essência consiste em quanto maior a quantidade de pessoas e animais que existem no terreno, tanto mais carbono fica após seu desaparecimento, o que se reflete nos registros arqueológicos e fósseis.

Os resultados de modelação com utilização deste método mostraram que os números das populações de grandes mamíferos variavam em resposta a mudanças climáticas drásticas: primeiro aumentou em um período do aquecimento que começou cerca de 14,7 mil anos atrás, depois se reduziu com o arrefecimento há 12,9 mil anos, o que ao final levou ao declínio.

Contudo, os especialistas não descartam a possibilidade de os seres humanos terem estado envolvidos na extinção da megafauna, mas só indiretamente, não sendo a razão principal.

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