Anticorpos da COVID-19 protegem de reinfecção por pelo menos 9 meses, diz estudo sueco

Resultados podem ter implicações para as filas de vacinação, uma vez que aqueles confirmados como portadores do SARS-CoV-2 podem ser os últimos na fila, devido ao alto nível de proteção dos anticorpos.
Sputnik

A maioria das pessoas que tiveram COVID-19 conservam anticorpos protetores que permanecem por pelo menos nove meses após a confirmação da doença, com um risco de reinfecção extremamente baixo, revela um novo estudo sueco.

"Esta é uma notícia muito boa. Os anticorpos parecem funcionar bem, eles protegem você de adoecer, mas também de ficar infectado e espalhar ainda mais [o vírus]", comemora diz Charlotte Thalin, coautora do estudo, em entrevista à emissora SVT.

A pesquisa começou em abril do ano passado e analisou dados de 2.149 funcionários de um hospital. Os resultados mostram que 96% dos 370 participantes que tinham anticorpos para a proteína spike (espigão), os anticorpos que neutralizam o vírus SARS-CoV-2, em abril de 2020 e nove meses depois ainda apresentavam níveis relevantes desses anticorpos. Dois terços desse grupo também tinham memória de células T específica contra o novo coronavírus.

Anticorpos da COVID-19 protegem de reinfecção por pelo menos 9 meses, diz estudo sueco
"Tem havido muita conversa sobre se você pode ser infectado e obter uma memória de células T, mas sem anticorpos, mas não parece ser o caso. Quem não tinha anticorpos também não tinha memória de células T contra o SARS-CoV-2", explica Thalin.

Para surpresa dos cientistas, os anticorpos parecem funcionar melhor do que se pensava inicialmente. Rastreios semanais indicaram que menos de 1% dos participantes foram infectados novamente. Os pesquisadores esperavam que os anticorpos protegessem apenas até certo ponto e que mais pessoas com anticorpos carregassem o vírus sem sintomas.

Dessa forma, os cientistas acreditam que o novo conhecimento sobre a imunidade de longo prazo deve afetar a ordem em que as pessoas são vacinadas contra a COVID-19.

"Isso sugere fortemente que você não corre o risco de se infectar novamente, pelo menos não dentro de nove meses. Se você sabe que teve COVID-19, acho que pode ser o último da fila e deixar quem precisa da vacina ir primeiro", argumenta Thalin.

A Suécia está atualmente vacinando a sua população com três vacinas: Pfizer, Moderna e AstraZeneca. Apesar do grande atraso nas entregas, o plano da Suécia de vacinar toda a sua população adulta até agosto continua em vigor. A Suécia já registrou 12.487 óbitos causados pela COVID-19 e 617.869 casos da doença.

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