Moléculas de DNA 'dançam' em VÍDEO inédito feito por pesquisadores

DNA capturado em alta resolução pela primeira vez
Pesquisadores britânicos divulgam primeiras imagens de alta resolução que mostram hélice de DNA se movimentando dentro de uma célula. A descoberta pode ajudar nos estudos de prevenção e tratamento de doenças genéticas.
Sputnik

As imagens divulgadas nesta terça-feira (16) por pesquisadores de três universidades de Yorkshire, no Reino Unido, são da mais alta resolução já vistas de moléculas de DNA. A partir delas é possível observar a "dança" das moléculas de DNA dentro de uma célula com detalhes nunca antes vistos, como as tensões que são colocadas no DNA e que mudam sua forma.

Antes, os cientistas só eram capazes de ver o DNA usando microscópios e estavam limitados a obter imagens estáticas apenas. Mas agora a equipe de cientistas das Universidades de Leeds, Sheffield e York combinou microscopia de força atômica avançada com simulações de supercomputadores para criar vídeos de moléculas retorcidas de DNA. O estudo e todos os detalhamentos foram publicados na Nature Communications.

As imagens possibilitam ver até a estrutura em dupla hélice do DNA e, quando combinadas com as simulações computadorizadas, permitem analisar inclusive a posição de cada átomo. A curiosidade é que cada célula humana contém dois metros de DNA e para que ele caiba nas células ele se torce, gira e enrola em um ritmo constante, em um processo chamado superenrolamento.

Moléculas de DNA 'dançam' em VÍDEO inédito feito por pesquisadores
Moléculas de DNA 'dançam' em VÍDEO inédito feito por pesquisadores
"Ver para crer, mas com algo tão pequeno como o DNA, ver a estrutura helicoidal de toda a molécula de DNA foi extremamente desafiador", declarou a dra. Alice Pyne, cientista da Universidade de Sheffield, que capturou a filmagem. "Os vídeos que desenvolvemos nos permitem observar a torção do DNA em um nível de detalhe nunca visto antes", destacou.

Quando os pesquisadores apenas tinham acesso a imagens de DNA relaxado, sem torções, eles não tinham noção do quanto ele poderia ser dinâmico e nem mesmo que poderia adotar algumas formas muito exóticas. Esses "movimentos de dança" foram considerados a chave para encontrar parceiros de ligação para o DNA.

A descoberta pode facilitar métodos de terapia gênica para reparar, substituir ou regular genes para prevenir ou tratar doenças humanas. O professor Lynn Zechiedrich do Colégio de Medicina Baylor de Houston, Texas, elogiou a descoberta dos pesquisadores de Yorkshire.

"Temos que entender como o superenrolamento, que é tão importante para as atividades do DNA nas células, afeta o DNA na esperança de que possamos aprender como imitá-lo ou controlá-lo algum dia", conclui.
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