"O Irã informou que planeja instalar duas cascatas adicionais de 174 centrífugas IR-2m na FEP para enriquecer o [isótopo] U-235 até 5%. Isso elevará o número total de cascatas de centrífugas IR-2m em instalação ou operando na FEP para seis", segundo a informação da AIEA, citada pela Reuters.
As cascatas adicionais serão instaladas na Fábrica de Enriquecimento de Combustível Nuclear de Natanz (FEP), cerca de 210 quilômetros ao sul de Teerã. Até há pouco, a instalação consistia em três edifícios subterrâneos e seis edifícios acima do solo.
A instalação sofreu uma explosão em julho de 2020, que as autoridades iranianas afirmaram ter sido resultado de um ato de sabotagem.
A implantação seguirá outras duas cascatas já adquiridas neste ano para Natanz, que elevaram a capacidade do país de refinar urânio-238 para urânio-235.
Embora o material possa ser usado como base para uma bomba atômica se for enriquecido a níveis mais elevados, com o enriquecimento de baixo nível que o Irã está efetuando atualmente, projetar uma arma "não seria viável", segundo o Laboratório Nacional Lawrence Livermore, centro de pesquisa dos EUA responsável por projetar diversas armas nucleares do Pentágono.
Os EUA acusam o Irã de incumprimento das diretrizes do acordo nuclear. A partir de 2018, quando os EUA saíram do pacto, Teerã anunciou que também não estaria obrigado a observar os limites do pacto.
O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), diz que Teerã só pode refinar urânio com centrífugas IR-1 de primeira geração no complexo nuclear de Natanz, mas, no ano passado, o país começou a enriquecer com uma cascata de máquinas IR-2m, muito mais eficientes e, em dezembro, afirmou que instalaria mais três cascatas.
O Irã nega qualquer intenção de produzir armas nucleares. O acordo estabelece um limite de 3,67% de enriquecimento, adequado para a produção de energia nuclear civil e bem abaixo dos 90% necessários para produzir armas nucleares
Porém, para retornar ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), o Irã afirma que o primeiro passo tem que acontecer em conjunto com os Estados Unidos e que a União Europeia deveria mediar esse regresso, conforme declarou o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, na terça-feira (2).