Nesta quinta-feira (19), após decisão do governo norte-americano de aceitar o convite da União Europeia para dialogar com o Irã, o ex-secretário de Estado, Mike Pompeo, comentou sobre a resolução em tom de crítica, segundo a Fox News.
Para Mike Pompeo, o Irã entende "apenas a força" e aceitar a proposta da União Europeia é potencializar o Estado iraniano.
"O aiatolá entende apenas a força [...]. A adoção do modelo de acomodação da União Europeia [...] garantirá ao Irã um caminho para um arsenal nuclear. Não podemos voltar atrás. Quando o presidente Biden fala em voltar, o povo americano não pode se dar ao luxo de voltar a essas políticas", disse o ex-secretário citado pela mídia.
Ao ser questionado se administração Biden deveria replicar apropriadamente o comportamento do Irã, o ex-secretário respondeu que assim que Teerã sentir uma postura mais branda dos EUA, eles vão atacar.
"Quando os iranianos sentirem fraqueza, eles atacarão. Quando eles vieram atrás de um americano, deixamos isso muito claro: se eles atacassem por meio de uma força no Iraque, ou através do Hezbollah na Síria, onde quer que fosse, onde o Irã fosse o responsável, responsabilizaríamos os iranianos. Esse é o tipo de força que construiu o modelo de dissuasão que tínhamos em relação ao Irã. Espero que a administração atual não desista disso", declarou Pompeo.
Alguns críticos norte-americanos argumentaram que o governo está se precipitando em negociações com um regime que é acusado de patrocinar ataques terroristas contra os EUA, outros temem que o governo possa fornecer ao Irã alívio com sanções e receber em troca poucas mudanças em seu programa nuclear, segundo a mídia.
"Outros representantes iranianos, como os houthis, não estão recompensando a abordagem mais diplomática de Biden com moderação, respondendo com novos ataques a civis. Enquanto isso, os líderes em Teerã estão agindo como se tivessem toda a influência, fazendo demandas e aumentando sua capacidade nuclear", disse Josh Rogin, colunista do Washington Post, citado pela mídia.
Ainda assim, há quem esteja otimista com a abertura do diálogo entre os dois países, como o senador norte-americano Chris Murphy, que chamou o passo dado pelos EUA de "ótima notícia".
Esta é uma ótima notícia, mas os EUA precisam agir rapidamente. Quanto mais cedo nos reunirmos com a Europa, Rússia e China sobre a política do Irã, mais cedo poderemos estender o acordo com o Irã e trabalhar com esses parceiros para conter seu comportamento malévolo.
Os EUA saíram do acordo nuclear conhecido como Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018 sob o governo do ex-presidente Donald Trump, e desde então, uma série de polêmicas em torno das sanções aplicadas a Teerã e o avanço do Estado iraniano na produção de urânio vêm deixando o clima entre os dois países, e do mundo, tenso, mediante a delicadeza da questão por se tratar de armas nucleares.