Caso tal preço viesse a ser aprovado, uma dose custaria 20 vezes o valor da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca.
Informações sobre o preço proposto foram reveladas na quinta-feira (18) pelas emissoras alemãs NDR e WDR, e pelo jornal Suddeutsche Zeitung. Os responsáveis pelo desenvolvimento da vacina da Pfizer/BioNTech teriam submetido uma proposta que oferecia à União Europeia 500 milhões de doses a US$ 65 por dose, resultando em um custo total de US$ 32,5 bilhões (cerca de R$ 176 bilhões).
"Vejo que há uma busca por lucro que não é de modo algum justificável na atual situação de pandemia", comentou Wolf Dieter Ludwig, presidente da Associação Médica Alemã, citado pelo Suddeutsche Zeitung. O jornal informa que as farmacêuticas Pfizer e BioNTech, supostamente, não têm lucrado com a venda de vacinas, sendo que, durante as negociações de seu preço no ano passado, os US$ 65 já incluiriam "a percentagem de desconto mais alta" oferecida aos países desenvolvidos.
O preço final por dose da vacina em causa ainda permanece desconhecido, apesar de um documento vazado em dezembro de 2020 pela deputada belga Eva De Bleeker ter sugerido que o preço da vacina da Pfizer/BioNTech teria sido negociado a US$ 14,55 (cerca de R$ 78,32). A Reuters declarou mais tarde que tinha consultado documentos mostrando um preço de US$ 18,79 por dose (aproximadamente R$ 101,14), o que seria "relativamente mais barato que os US$ 19,50 (cerca de R$ 104,96) por dose que os EUA pagarão por 100 milhões de doses da mesma vacina."
A Comissão Europeia conseguiu, até agora, assegurar 600 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech para o bloco europeu. Contudo, por outro lado, a vacina russa Sputnik V continua a ser mais barata, mesmo em comparação com os preços menores da vacina em análise, mantendo-se nos US$ 10 (cerca de R$ 53,83) por dose.