'Super-heróis': tecnologia de reprogramação celular nos EUA permitiria a soldados regenerar feridas

Uma tecnologia baseada na reprogramação celular permitiria curar feridas cinco vezes mais rápido do que o normal, usando proteínas chamadas de fatores de transcrição.
Sputnik

O Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos, junto com a Universidade de Michigan (EUA), estão explorando uma tecnologia baseada na reprogramação celular, que permitiria curar feridas cinco vezes mais rápido do que acontece de forma natural, de acordo com a Forças Aérea norte-americana.

Essa tecnologia basicamente reprograma o genoma de uma célula humana, por exemplo, uma célula muscular, para convertê-la em um tipo de célula diferente (cutânea, sanguínea ou de qualquer outro tipo).

A reprogramação é realizada por meio de proteínas chamadas de fatores de transcrição, que "ativam e desativam" vários genes dentro das células para regular os processos de divisão celular, crescimento, bem como a organização e migração celular.

Em termos práticos, é suposto que os fatores de transcrição seriam administrados através de uma bandagem, aplicada como um spray diretamente nas feridas, para que as células musculares expostas se convertam em células cutâneas superficiais. Assim, as células reconfiguradas cobrem a ferida e o processo de tratamento seria mais rápido.

Para identificar com precisão quais os fatores de transcrição que provocam a mudança do tipo de células, o grupo de cientistas desenvolveu um algoritmo guiado por dados fornecidos por um microscópio de imagens de células vivas, que determina as proteínas corretas e prevê os pontos de ciclo celular onde melhor podem provocar a mudança desejada.

"É raro que a matemática ofereça resultados tão promissores com tanta rapidez. A pesquisa matemática básica normalmente leva décadas para se converter em modelos que possam ser aplicados a uma tecnologia", disse Frederick Leve, um dos autores da pesquisa.

Se esta tecnologia for aplicada em larga escala, "revolucionará a Força Aérea nos próximos anos", segundo o comunicado oficial.

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