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Balas perdidas mataram 81 crianças no Rio de Janeiro entre 2007 e 2021, diz ONG

Segundo o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, entre 2007 e 2021 o estado do Rio de Janeiro teve 81 crianças mortas por bala perdida. Vítimas tinham entre zero e 14 anos.
Sputnik

Antônio Carlos comentou também o caso do adolescente Ray Pinto Faria, de 14 anos, morto nesta segunda-feira (22) durante uma operação da Polícia Militar (PM).

"Sempre que um menino e uma menina morrem de forma tão banal e hedionda pensamos que tudo vai mudar, mas nada muda. O motivo deve-se ao fato de que esses pequeninos moram em comunidades cujos moradores são considerados pelo poder público e grande parte da sociedades matáveis", disse o especialista em segurança pública ao jornal O Globo.

Ao citar os dados sobre a violência urbana na cidade do Rio de Janeiro, Antônio Carlos relembrou outros dois casos mais recentes. O da menina Ana Clara Gomes Machado, morta aos 5 anos durante uma operação da PM em Niterói (região metropolitana do Rio), em 2 de fevereiro, e o de Alice Pamplona da Silva de Souza, também de 5 anos, na zona norte da cidade. 

"As medidas que salvariam vidas não são implementadas e os crimes continuam. Essas tragédias deixariam de acontecer se armas não chegassem nas mãos de criminosos, se parte da sociedade parasse de celebrar a guerra e as nossas polícias entendessem que em uma operação policial, mais importante do que a prisão do bandido é a preservação da vida do morador de comunidade pobre", assinalou.

A morte de Ray Pinto

A operação policial que vitimou Ray Pinto na noite de ontem (22) está cercada de polêmicas. Testemunhas dizem ter visto policiais andando com o adolescente. 

A família de Ray Pinto acusa a Polícia Militar de tê-lo executado. Eles também dizem que a polícia o levou baleado para outra comunidade, e só então seguiram para o Hospital Municipal Salgado Filho. 

Em nota, a Polícia Militar informa que "três indivíduos foram atingidos e socorridos no Hospital Municipal Salgado Filho", e diz que "todas as circunstâncias das ações estão sendo apuradas pelo Comando de Operações Especiais (COE) e pelo Comando de Policiamento de Área (CPA)".

As armas dos agentes que participaram da operação foram apreendidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e passarão por perícia. Ainda de acordo com a corporação, parentes da vítima e policias envolvidos na operação prestaram depoimento.

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