As Filipinas permitirão que milhares de profissionais de saúde, a maioria enfermeiros, desloquem-se para o Reino Unido e a Alemanha se esses dois países concordarem em doar vacinas contra o SARS-CoV-2, afirmou à agência Reuters um alto funcionário do país asiático nesta terça-feira (23).
As Filipinas, que têm o maior número de casos de COVID-19 do continente, afirmam que podem relaxar a proibição de envio de profissionais de saúde para o exterior. Alice Visperas, diretora do escritório de assuntos internacionais do Ministério do Trabalho, disse à mídia que o país está aberto a levantar o limite em troca de vacinas do Reino Unido e da Alemanha, que serão usadas para inocular trabalhadores que saem do país e centenas de milhares de repatriados filipinos.
"Estamos considerando o pedido de levantamento do limite de implantação, sujeito a acordo", afirmou Visperas à Reuters. Os profissionais de saúde estão entre os milhões de filipinos que trabalham no exterior, fornecendo mais de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 164 milhões) por ano em remessas para a economia do país asiático.
Em 2019, quase 17 mil enfermeiros filipinos assinaram contratos de trabalho no exterior, mostraram dados do governo. Embora os profissionais de saúde tenham lutado para suspender a proibição de implantação para escapar das más condições de trabalho e dos baixos salários nas Filipinas, reporta a mídia, o plano não foi bem recebido por alguns médicos.
"Estamos revoltados com a forma como enfermeiras e profissionais de saúde estão sendo tratados pelo governo como commodities ou produtos de exportação", afirmou Jocelyn Andamo, secretária-geral dos Enfermeiros Filipinos Unidos.
País ainda sem vacina
As Filipinas ainda não iniciaram sua campanha para imunizar 70 milhões de adultos, ou dois terços de seus 108 milhões de habitantes. A expectativa é receber o primeiro lote de vacinas nesta semana, doado pela China. As Filipinas querem garantir 148 milhões de doses de vacinas ao todo.
O Reino Unido tem o sexto maior número de mortos pelo novo coronavírus, enquanto a Alemanha tem o décimo maior número de infecções em todo o mundo. Todavia, os dois países já vacinaram um total de 23 milhões de pessoas.