A acumulação de H2O foi um fenômeno comum durante a formação de planetas de nossa galáxia, de acordo com os cientistas da Dinamarca, Suécia e Áustria no artigo publicado na revista Science Advances.
Atualmente, a hipótese dominante sugere que a abundância do líquido vital em nosso planeta seja resultado do impacto de um grande asteroide de gelo. No entanto, não é possível calcular a possibilidade de tal evento. Por sua vez, o novo estudo permite explicar a abundância de água na Terra sem recorrer a acontecimentos únicos.
A ideia proposta pelos cientistas consiste no acréscimo planetário de condritos de água e carbono, de cerca de um milímetro de diâmetro. Essas pedras, descobertas em alguns meteoritos primitivos, provavelmente foram formadas nos primeiros três milhões de anos de existência do disco de acreção do Sol ou como o resultado de impactos de protoplanetas massivos.
Portanto, os planetas do Sistema Solar, obtiveram água em forma de "neve de condritos", já na fase inicial de sua formação, sugerem os astrônomos.
"Até o ponto em que a Terra cresceu a 1% de sua massa atual, nosso planeta cresceu capturando massas de condritos cheios de gelo e carbono. A Terra então cresceu cada vez mais rápido até que, depois de cinco milhões de anos, virou tão grande como a conhecemos hoje", explicou Anders Johansen da Universidade de Copenhague.
"Ao longo do caminho, sua temperatura na superfície aumentou bruscamente, o que provocou a evaporação do gelo dos condritos em seu trajeto para a superfície", disse Johansen.
A acumulação de água diminuiu progressivamente quando o planeta virou grande o bastante para desenvolver uma atmosfera densa. Logo, o gelo começou a evaporar-se cada vez mais, antes que um meteoro pudesse atingir o objeto. No entanto, os depósitos acumulados inicialmente são abundantes. Embora água represente apenas 0,1% da massa da Terra, ela cobre 70% de sua superfície.