Estudo pode desvendar mistério sobre origem de Fobos e Deimos que orbitam Marte

Os pesquisadores há tempos tentam montar o quebra-cabeça sobre a origem de duas Luas de Marte, perplexos por suas formas distintas, que são incompatíveis com outros corpos celestes.
Sputnik

Um novo estudo, entretanto, oferece pistas sobre a origem supostamente violenta de alguns dos satélites planetários do Sistema Solar.

As duas Luas de Marte, Fobos e Deimos, poderiam ser fragmentos de um grande satélite, que orbitou o Planeta Vermelho algum dia, se dividido em dois após uma grande colisão.

De acordo com a pesquisa realizada pelos astrônomos do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, publicada na Nature Astronomy nesta terça-feira (23), Fobos e Deimos podem ter se originado a partir de um único e grande corpo celeste.

O objeto, possivelmente um disco de pedra e poeira, teria sido atingido por outro corpo, algo como um asteroide, há aproximadamente 2,7 bilhões de anos, causando uma poderosa explosão.

Dois dos remanescentes da explosão, consequentemente, ficaram presos na orbita de Marte, tornando-se Fobos e Deimos.

Os dados sísmicos coletados pela sonda InSight da NASA, através de uma simulação computadorizada, basearam-se nas aproximações de propriedades das duas Luas para observar o histórico de órbitas de ambos satélites marcianos.

De acordo com os cálculos, a ancestral comum das Luas estava mais distante de Marte do que Fobos se encontra, e é esperado que choque contra Marte em 40 milhões de anos, ou que seja rompida pela força gravitacional do planeta conforme sua aproximação.

"A ideia foi traçar as órbitas e suas mudanças de volta para o passado", afirmou o dr. Amir Khan, da Universidade de Zurique e do Instituto de Geofísica, no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique.

De acordo com os dados, Fobos e Deimos teriam atravessado alguns pontos históricos, sugerindo que elas provavelmente estiveram em algum lugar e, portanto, compartilham um ponto de origem.

As duas Luas são conhecidas por "possuírem formas muito irregulares, como batatas", comenta Amirhossein Bagheri, do Instituto de Geofísica.

"Fobos e Deimos parecem mais com asteroides do que com Luas naturais", adicionou.

Segundo os dados coletados pelas sondas, estas Luas são compostas por material poroso, sendo menos densas que a Terra.

Fobos, a maior das duas Luas, tem 22 quilômetros de diâmetro, enquanto que nossa Lua tem mais de três mil quilômetros de diâmetro. Deimos, por sua vez, é ainda menor, medindo apenas 12 quilômetros de diâmetro.

Até 2025, os cientistas pretendem obter detalhes necessários sobre o que há no interior das Luas, para a realização de cálculos mais precisos sobre suas origens.

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