A decisão da Venezuela de expulsar a diplomata portuguesa Isabel Brilhante acontece depois que a UE anunciou no início desta semana sanções contra 19 funcionários do primeiro escalão do governo venezuelano, além de legisladores e integrantes das forças de segurança, em resposta às eleições legislativas de dezembro que, segundo o bloco europeu, foram manipuladas em favor do presidente Nicolás Maduro.
Por instruções do presidente Nicolás Maduro, se declara a embaixadora da União Europeia em nosso país, Isabel Brilhante Pedrosa, como "persona non grata", que tem 72 horas para deixar a Venezuela, informa o chanceler Jorge Arreaza.
"Lhe damos um prazo de 72 horas para deixar o território venezuelano e estamos fazendo isso porque as circunstâncias assim o exigem, pois já são 55 decisões disso que chamam na União Europeia ou no sistema norte-americano de sanções" contra funcionários venezuelanos, disse Arreaza.
Além disso, o chanceler venezuelano reiterou que a União Europeia e os Estados Unidos carecem de autoridade legal e moral para punir os cidadãos de outro país.
Esta é a segunda vez desde junho de 2020 que a Venezuela expulsa do país a representante do bloco por causa das sanções aplicadas pela UE. Em meados do ano passado, no entanto, Caracas deixou sua decisão sem efeito após contatos sobre a necessidade de manutenção das relações diplomáticas.
Na Venezuela, "fizemos todos os esforços [...] para estabilizar a convivência democrática no país e, novamente, impõem sanções, entre aspas, contra magistrados, contra o Poder Judiciário, contra o Poder Eleitoral", acrescentou o chanceler, em declaração divulgada pela emissora de televisão estatal VTV.
"É verdadeiramente inaceitável", disse Arreaza. "Generoso foi o presidente Maduro ao ter permitido que permanecessem na Venezuela os chefes de missão e as missões, inclusive, dos países da União Europeia, quando, em fevereiro de 2019, não o reconhecerem como presidente", acrescentou, ao lembrar que a UE considerou a reeleição de Maduro no ano anterior como uma fraude.