Portugal viveu em janeiro o mês mais difícil desde o início da pandemia, quando registrou o pior aumento do mundo em novas infecções e mortes per capita em semanas, o que deixou o serviço de saúde do país à beira do colapso.
"Continua, infelizmente, a manter-se a situação de calamidade pública provocada pela pandemia [de] COVID-19", disse em comunicado, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que também explicou que a pressão sobre os hospitais continua elevada, apesar de o número de casos ter diminuído.
Graças ao lockdown, o número de casos diários e de óbitos caiu rapidamente, com apenas 49 mortes e 1.160 novos casos registrados hoje (25), níveis que foram vistos pela última vez em outubro, quando os estabelecimentos comerciais ainda estavam abertos.
Rebelo de Sousa disse que é necessário elaborar um plano para flexibilizar as regras do lockdown para que as medidas possam ser gradualmente levantadas quando a situação da pandemia permitir. No pico da primeira onda do surto de COVID-19, que ocorreu em maio de 2020, o governo adotou uma abordagem diferente para cada setor ao afrouxar o confinamento.
"O futuro desconfinamento deve ser planeado [planejado] por fases, com base nas recomendações dos peritos e em dados objetivos, como a matriz de risco, com mais testes e mais rastreio, para ser bem-sucedido", disse Rebelo de Sousa.
O Parlamento do país aprovou em votação a extensão do lockdown até pelo menos 16 de março. A medida foi imposta pela primeira vez desde a primeira onda da doença e entrou em vigor em 15 de janeiro. Com isso, os serviços não essenciais estão fechados, o trabalho remoto é obrigatório sempre que possível e as escolas também seguem fechadas.
Segundo a lei portuguesa, as regras devem ser revistas a cada 15 dias, mas o primeiro-ministro António Costa disse anteriormente que as medidas provavelmente permanecerão em vigor até o fim de março.