Parlamentar opositor da Venezuela diz ter sido deportado dos EUA por estar 'colaborando' com Maduro

Deputado de um partido de oposição no país sul-americano foi impedido de entrar nos EUA apesar de sugerir laços mais fortes com Washington, afirmou o próprio.
Sputnik

Javier Bertucci, deputado do partido de oposição Esperanza por El Cambio (EL CAMBIO), foi deportado dos EUA durante tentativa de entrada em Miami, Flórida, disse o mesmo na quinta-feira (25) em vídeo publicado no YouTube.

Ele assegurou que a viagem, que teve a República Dominicana como paragem, não tinha caráter oficial, e tendo como objetivo reuniões não oficiais.

"Não eram reuniões de natureza política. São ONGs não ligadas ao governo, que estão interessadas em trazer ajuda humanitária em uma quantidade significativa para aliviar esta difícil crise", afirmou, em alusão à crise econômica venezuelana.

Apesar de ter viajado com sua família para organizar "um programa de ajuda humanitária de alto alcance" para o país sul-americano, ele foi identificado "como uma pessoa que estava colaborando com o governo" de Nicolás Maduro, presidente do país, e ficou retido por mais de 12 horas no aeroporto antes de ser deportado, relata.

Na opinião do parlamentar, isso aconteceu porque um "setor reduzido da oposição radical", em aparente referência ao grupo opositor liderado por Juan Guaidó, "mentiu" aos EUA para impedir que membros da "oposição moderada" fossem "ouvidos em Washington".

"O governo não me deu esta posição, não me colocou [como deputado], me colocaram 110 mil eleitores que me elegeram como seu representante para o estado de Carabobo na Assembleia [Nacional de Venezuela]", relatou Bertucci.

O deputado venezuelano defende relações mais próximas com os EUA e "um relaxamento das sanções", que têm afetado negativamente a economia do país.

Segundo Caracas, as medidas coercivas unilaterais impostas por Washington custaram US$ 102 bilhões (R$ 564,2 bilhões) à Venezuela.

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