Inspeções a usinas nucleares no Irã não podem ser usadas como 'moeda de troca', diz chefe da AIEA

Rafael Grossi, diretor-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pede a países envolvidos no acordo para que se comprometam com "discussões construtivas".
Sputnik

Nesta segunda-feira (1º), o diretor-chefe da AIEA, Rafael Grossi, pediu que as inspeções não sejam usadas como uma "moeda de troca", já que o Irã, os Estados Unidos e outras nações se encontram em discussão para ressuscitar o polêmico acordo nuclear, de acordo com o Washington Post.

Grossi fez a declaração em uma reunião nessa manhã em Viena, na Áustria, onde fica a sede da Agência, e apelou para que todos os países se comprometam com "discussões construtivas", segundo a mídia.

"[Sem o trabalho dos inspetores] você não sabe se consegue dormir bem ou se preocupa muito à noite. O trabalho de inspeção da AIEA não deve ser colocado no meio de uma mesa de negociações como moeda de troca", disse Grossi citado pela mídia.

O encontro da diretoria da AIEA ocorre em meio a uma onda de diplomacia para reviver o acordo nuclear antes das eleições iranianas no final deste ano, que poderiam inaugurar um governo mais linha-dura e menos aberto a negociações, relata a mídia. Não só a Agência, mas também o mundo acompanha a troca de declarações entre os EUA e o Irã, sem chegarem necessariamente a uma posição.

Inspeções a usinas nucleares no Irã não podem ser usadas como 'moeda de troca', diz chefe da AIEA

No domingo (28), o Irã disse que rejeitaria uma reunião antecipada com os Estados Unidos e signatários europeus do acordo por "posições e ações recentes". No entanto, autoridades ocidentais disseram que a resposta privada iraniana tem sido mais matizada e buscou garantias de que as negociações se limitariam ao acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).

No final do mês passado, Teerã promulgou uma lei que restringiu o acesso instantâneo de inspetores a alguns locais e câmeras de vigilância. Posteriormente, a AIEA e o Estado iraniano concordaram com medidas temporárias, mantendo as filmagens das usinas por três meses, e as liberando se as sanções efetuadas sobre o Irã pelos EUA forem removidas. 

Comentar