Em uma entrevista transmitida nesta segunda-feira (1º) pela emissora pública israelense Kan, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que que o Irã está por trás da explosão que atingiu um navio de carga israelense no golfo de Omã na semana passada, e que vai responder ao ataque, segundo o The Times of Israel.
"Esta é, de fato, uma ação do Irã, é claro. [O Irã] é o maior inimigo de Israel e estamos atacando-o em toda a região", disse o primeiro-ministro citado pela mídia.
Teerã respondeu à declaração de Netanyahu dizendo que "rejeita veementemente" a acusação de estar envolvido no incidente. Na sexta-feira (26), em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, disse que Netanyahu estava recorrendo a "mentiras preconceituosas para invocar uma iranofobia racista mundial".
Autoridades israelenses acreditam que Irã esteve por trás da explosão do navio de carga no golfo de Omã. O navio não ficou incapacitado e ninguém ficou ferido a bordo. Os oficiais iranianos e israelenses ainda não reagiram oficialmente à informação.
As declarações de Netanyahu foram feitas em uma entrevista pré-gravada no domingo (28), antes que a mídia estatal síria SANA relatasse que sistemas de defesa aérea foram ativados em torno da capital Damasco devido a um ataque israelense, que teria sido uma resposta à explosão do navio. Um relatório divulgado pela mídia síria afirmou que os militares sírios interceptaram vários mísseis israelenses, segundo o The Times of Israel.
Não houve comentários sobre os ataques relatados pelas Forças de Defesa de Israel, que raramente reconhecem ataques específicos. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, disse que o ataque atingiu a área de Sayyida Zeinab ao sul de Damasco, onde estão os Corpo Revolucionário da Guarda Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) e o grupo terrorista libanês Hezbollah presentes, de acordo com a mídia.
O incidente ocorre em meio à crescente tensão entre os EUA e o Irã sobre o desfecho do acordo nuclear. Israel não apoia o regresso de Washington ao acordo conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) e deixa bem claro que Jerusalém fará o possível para que Teerã não tenha armas nucleares, independente do resultado do diálogo entre os dois países.