Após UE, EUA aplicam sanções contra Rússia pelo caso Navalny

Serviços de inteligência dos EUA acusam o Serviço Federal de Segurança da Rússia de envenenar o oposicionista Aleksei Navalny.
Sputnik

Desta forma, os EUA endurecerão as limitações às exportações à Rússia, ao mesmo tempo que incluem em sua lista de sanções nove institutos russos.

"Hoje nós publicamos no registro federal um total de 14 institutos aos quais [serão aplicadas] as maiores limitações no contexto das regras de exportação. Nove deles são russos, três da Alemanha e um da Suíça, um é um instituto de pesquisas estatal [...] Todos eles estão envolvidos em atividades que contrariam os interesses norte-americanos na esfera da segurança nacional e política externa", declarou hoje uma autoridade dos EUA a jornalistas via telefone.

Também foi informado que esses institutos estariam envolvidos na produção de elementos de armas químicas e bacteriológicas, ao passo que qualquer tipo de atividade exportadora com destino a tais organizações será submetido às limitações impostas pelos EUA.

EUA responderão 'às ações desestabilizadoras' da Rússia

Da mesma forma, o representante norte-americano afirmou que foi iniciada uma análise das "ações desestabilizadoras" da Rússia em quatro áreas.

"Nós planejamos dar uma resposta a cada uma delas [ações] nas próximas semanas", acrescentou.

Também foi ressaltado que as medidas tomadas por Washington hoje (2) são relacionadas com o caso Navalny.

"As ações que tomamos hoje são uma reação ao envenenamento de Aleksei Navalny em agosto do ano passado."

Espera-se que sete pessoas que ocupam altos cargos no governo russo também sejam alvo das medidas restritivas.

"Hoje, no contexto da reação decidida dos órgãos [norte-americanos] ao envenenamento e restrição de liberdade do oposicionista Aleksei Navalny, o Departamento do Tesouro introduz sanções contra sete pessoas em altos cargos do governo russo."

As sanções dos EUA foram anunciadas logo após a União Europeia impor a proibição de viagens aos países do bloco e congelamento de ativos de pessoas físicas a pelo menos quatro autoridades russas.

Também não ficou de fora das acusações o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo).

Segundo a autoridade americana, "Comunidade de Inteligência considera com grande nível de certeza que agentes do FSB utilizaram a substância [...] Novichok para envenenar o líder oposicionista Aleksei Navalny".

Por sua vez, a Rússia disse que vai retaliar às sanções anunciadas pelos EUA.

Caso Navalny

Em 20 de agosto de 2020, o oposicionista russo Aleksei Navalny se sentiu mal durante um voo pelo interior da Rússia. Ao ser hospitalizado na cidade de Omsk, médicos locais levantaram inicialmente a hipótese de envenenamento, o que foi posteriormente descartado pelos exames médicos.

Logo em seguida, o opositor foi levado de avião para um hospital na capital alemã Berlim.

Análises, supostamente feitas com material biológico de Navalny, haveriam apontado a que o mesmo foi vítima de envenenamento, contudo, não foram apresentadas provas científicas a Moscou, apesar dos sucessivos pedidos da Rússia.

No dia 17 de janeiro, ao regressar a Moscou, Navalny foi detido e posteriormente condenado por infringir as condições de uma sentença contra ele de 2014. O oposicionista foi condenado a três anos e meio de prisão.

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