Hoje, o oxigênio representa cerca de 21% da atmosfera da Terra, sendo a condição ideal para organismos e vida existirem. Mas no início da história do nosso planeta, os níveis de oxigênio eram muito mais baixos, e, segundo cientistas, é provável que caiam novamente em um futuro distante.
Em um estudo publicado nesta segunda-feira (1º) na revista Nature Geoscience, cientistas calcularam que os níveis de oxigênio acima de 1% do nível atual permanecerão na atmosfera do planeta por cerca de um bilhão de anos. Posteriormente, a Terra testemunhará uma desoxigenação drástica e os níveis de O2 cairão para limites semelhantes aos que existiam durante o período Arqueano, que se estendeu de quatro bilhões a 2,5 bilhões de anos atrás.
Uma razão central para a mudança é que, conforme nosso Sol envelhece, ele se torna mais quente e libera mais energia. Os pesquisadores calculam que isso levará a uma diminuição na quantidade de dióxido de carbono na atmosfera à medida que o CO2 absorve o calor e depois se decompõe.
Os cientistas estimam que, em um bilhão de anos, os níveis de dióxido de carbono se tornarão tão baixos que os organismos fotossintetizantes - incluindo as plantas - serão incapazes de sobreviver e produzir oxigênio. A extinção em massa desses organismos fotossintéticos será a principal causa da enorme redução do oxigênio.
"Descobrimos que a atmosfera oxigenada da Terra não será uma característica permanente. A biosfera não consegue se adaptar a uma mudança tão dramática nas mudanças ambientais", disse Kazumi Ozaki, um dos autores do estudo citado pela mídia.
A vida terrestre deixará de existir, assim como a vida aquática. A camada de ozônio - que é composta de oxigênio - se esgotará, expondo a Terra e seus oceanos a altos níveis de luz ultravioleta e calor do Sol escaldante.
Depois disso, a vida será exclusivamente microbiana "um mundo onde muitas das bactérias anaeróbicas e primitivas estão atualmente escondidas nas sombras irá, novamente, assumir o controle", disse Chris Reinhard, coautor do estudo.