Kremlin: novas sanções dos EUA e UE contra Rússia pioram ainda mais as relações já ruins

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia observará o princípio de reciprocidade ao responder às novas restrições impostas pelo Ocidente em relação ao caso Navalny.
Sputnik

Falando hoje (3) a jornalistas, Peskov disse:

"Consideramos todas as restrições deste tipo totalmente inaceitáveis, porque elas prejudicam gravemente as relações que já se encontram em um estado deplorável, neste caso as relações com os EUA e a União Europeia."

A autoridade russa também ressaltou a necessidade de os países ocidentais serem transparentes sobre o suposto envenenamento do oposicionista russo Aleksei Navalny.

"Se nossos colegas norte-americanos possuem alguns argumentos concretos, então, provavelmente, no interesse de estabelecer as circunstâncias, deveriam compartilhar estes argumentos conosco. Se eles, junto com os colegas da União Europeia, escondem de forma deliberada os argumentos e provas, isso significa que ou estão intencionalmente escondendo a verdade sobre toda esta história de Berlim, ou obstruindo propositadamente o processo para chegar à verdade. Ambos os casos são inaceitáveis e revoltantes", acrescentou.

Participação do FSB no caso

Enquanto os EUA acusaram o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo) de terem utilizado um agente nervoso contra Navalny, o Kremlin rechaçou tal acusação.

"Como motivo para estas sanções, foi citado o caso do paciente de Berlim. Além disso, os norte-americanos afirmam que, com grande probabilidade, teria havido um envenenamento e que o Serviço Federal de Segurança teria estado por trás. Isso é revoltante."

Além disso, o governo russo também considerou as novas sanções como uma violação da soberania do país.

"Elas [as sanções] são nada mais do que interferência nos assuntos internos da Rússia [...] Em geral, só podemos expressar nosso pesar pelo fato de nossos oponentes neste caso recorrerem a tais métodos, que têm uma influência tão destrutiva nas relações bilaterais", afirmou Peskov.

Sanções não ficarão sem resposta

Recorrendo ao princípio da reciprocidade, habitual no mundo da diplomacia, Peskov disse que seu país responderá às sanções.

"A resposta será aquela que melhor corresponda aos nossos próprios interesses [...] Sem dúvida, aqui há o princípio de reciprocidade, que não podemos deixar de usar nas relações interestatais."

Contudo, o porta-voz não especificou qual será a resposta russa. Será realizado um trabalho consultivo entre os órgãos do governo russo para decidir qual tipo de medidas será tomado.

Ontem (2), os EUA e a União Europeia anunciaram um novo pacote de sanções contra a Rússia, em especial contra diversas autoridades do país e também atingindo o comércio de produtos que possam ser usados na produção de armas químicas e biológicas.

As sanções seriam uma resposta ao suposto envenenamento do oposicionista russo Aleksei Navalny em agosto de 2020.

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