Os números se referem ao campo de Al-Hol, na região do nordeste do país controlada pelos curdos. A informação foi confirmada à AFP nesta quarta-feira (3) por um funcionário.
"Desde o início de 2021, 31 pessoas foram assassinadas, das quais seis foram mortas com um objeto afiado, enquanto o restante foi alvejado [com arma de fogo]", afirmou o responsável pela instalação, Jaber Sheikh Mustafa, citado pela agência.
A contagem mais do que dobrou, de acordo com as autoridades curdas, desde o último dia 8, quando as vítimas somavam 14. A insegurança no campo vem aumentando consideravelmente ultimamente. Nesta semana, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) decidiu suspender suas operações no local devido ao assassinato de um de seus membros.
Estamos chocados e tristes com a morte de um membro da equipe e os ferimentos de três outros no campo de Al-Hol para deslocados, no nordeste da Síria. Os dois incidentes separados e trágicos demonstram o custo humano da violência e as condições de vida inseguras no campo.
"Acreditamos que as células adormecidas do EI [Estado Islâmico ou Daesh] estão por trás desses assassinatos", que visam especialmente os residentes iraquianos do campo, disse Mustafa à Agence France-Presse, segundo a qual uma fonte humanitária disse recentemente que o acerto de contas tribal entre os residentes também pode ser responsável por alguns desses crimes.
Al-Hol mantém atualmente cerca de 62.000 pessoas, sendo a maioria mulheres e crianças, de diferentes nacionalidades e suspeitos de terem laços familiares com terroristas. A maior parte dos habitantes é formada por sírios ou iraquianos deslocados durante os avanços curdos na guerra contra o Daesh.