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Governadores dizem que estados estão no limite e pedem a Bolsonaro agilidade na compra de vacinas

Em carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (4), grupo de 14 governadores afirmou que os estados estão "no limite de suas forças" e pediu esforços para agilizar compra de vacinas.
Sputnik

A vacinação no Brasil foi iniciada no dia 17 de janeiro. Primeiro, com a CoronaVac, imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac. Depois, a vacina de Oxford/AstraZeneca foi incorporada ao plano de vacinação. 

O ritmo, no entanto, ainda é lento. Enquanto isso, o país vê aumento de casos e mortes pela COVID-19. Como consequência, hospitais de diversas cidades estão lotados e novas medidas de isolamento são adotadas em estados e municípios. Na carta, os governadores mencionam o perigo das novas variantes do coronavírus facilitarem a transmissão da doença. 

"Neste momento, há novas, reais e importantes justificativas para que o Brasil obtenha, com celeridade, novas remessas de imunizantes, a principal delas é a chegada e a rápida disseminação, já no estágio de transmissão comunitária, da nova variante P1, que tem se revelado ainda mais letal, prejudicando os esforços para proteger a vida de nossas cidadãs e cidadãos, bem como de suas famílias", afirmam os governadores no documento, segundo o portal G1. 

Obtenção de novas doses

Vários governadores vêm pedindo a compra de outras vacinas produzidas pelo mundo, como, por exemplo, a russa Sputnik V.

Na mensagem ao presidente, eles solicitam "imediata adoção das providências necessárias a fim de viabilizar a obtenção – junto a entidades estrangeiras e organismos internacionais – de novas doses de imunizantes contra a COVID-19, de modo a auxiliar no controle do aumento exponencial dos casos de infecção e do número de óbitos pelo coronavírus, conforme observado nos últimos dias em todo o território nacional". 

Na carta, os governadores também afirmam que adotaram várias medidas para conter a pandemia, mas os estados "estão no limite de suas forças e possibilidades"

"Nesse contexto, a vacinação em massa, com a maior brevidade possível, é a alternativa que se afigura como a mais recomendável, e, provavelmente, a única capaz de deter a pandemia, permitindo que o Brasil, seus estados e municípios, aos poucos, possam retornar à normalidade, com as devidas medidas sanitárias e econômicas", diz o documento.

'Futuro não nos julgará com benevolência'

Na terça-feira (3), o governo anunciou a intenção de comprar 100 milhões de doses da Pfizer e 38 milhões da Janssen. O Ministério da Saúde também informou que 400 mil doses da Sputnik V devem chegar ao Brasil ainda em março. Ao todo, o governo deverá receber dez milhões de doses do imunizante.

"Reconhecemos que, neste grave momento, há no mundo uma extraordinária procura por vacinas, junto a diferentes fornecedores. Acompanhamos o anúncio de novas aquisições pelo Ministério da Saúde, mas também percebemos que é preciso agilizar mecanismos de compra, explorar e concretizar todos os meios de aquisição disponíveis, para vacinar, no menor espaço de tempo possível, a maior quantidade de brasileiros. Se não tivermos pressa, o futuro não nos julgará com benevolência", afirmam os governadores.
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