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O que falta para o Brasil conseguir ingressar na OCDE?

Há pouco mais de um ano, os Estados Unidos formalizaram o apoio à entrada do Brasil na OCDE. Depois da mudança de governo nos EUA e com tantos problemas desencadeados pela pandemia, o país está no rumo certo para entrar nesse clube de países ricos?
Sputnik

Após a derrota de Donald Trump na disputa pela reeleição como presidente dos Estados Unidos, apontado pelo governo brasileiro como principal fiador da ideia, o tão falado ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) saiu dos holofotes, ainda mais em meio à pandemia da COVID-19, que impactou e segue impactando as economias mundo afora. 

​Recentemente, ao participar de um evento do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Roberto Fendt, destacou que o Brasil já aderiu a 99 dos 245 instrumentos da OCDE e que o país vinha se concentrando na agenda de reformas econômicas quando foi atingido pelo surto do novo coronavírus, reformas que estavam alinhadas ao processo de adesão à organização. 

​"Só nesses dois anos, nós atendemos a 33 novos instrumentos. A maior parte deles (não vou descrever um por um), em essência, são instrumentos que lidam todos com boas práticas regulatórias, facilitação de comércio, diversos outros instrumentos", afirma Fendt em entrevista à Sputnik Brasil.

Segundo o secretário, apesar da saída de Trump da Casa Branca, o tema da entrada do Brasil nessa organização "não conflita com a orientação de quem quer que esteja na presidência dos Estados Unidos". A questão fundamental, ele frisa, é atender aos instrumentos estipulados.

"Nós atendemos aos instrumentos e notificamos a OCDE, há um exame dos instrumentos que nós atendemos e vamos prosseguindo. Quando nós atendermos a todos os instrumentos, nós já estaremos aptos a ingressar na organização."

A agenda ambiental, responsável por inúmeras polêmicas envolvendo o governo brasileiro nos últimos anos e preocupação pessoal do novo presidente norte-americano, Joe Biden, vem sendo apontada como um dos principais obstáculos à inserção internacional do Brasil na atualidade. Questionado se isso pode atrapalhar também o possível ingresso do país na OCDE, Fendt defende que, antes de mais nada, a preocupação com o meio ambiente no Brasil é uma preocupação dos brasileiros e muitos dos que criticam a devastação ambiental durante a atual gestão têm outros interesses, próprios, por trás dessas críticas. 

​"Em alguns casos, pessoas bem intencionadas estão preocupadas com o possível impacto sobre o meio ambiente brasileiro com respeito aos seus próprios países. Mas, em outros casos, na verdade, são apenas disfarces de interesses protecionistas", opina, citando as dificuldades de se colocar em prática o acordo entre Mercosul e União Europeia

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