Os porta-helicópteros do projeto 23900, que serão análogos aos navios franceses da classe Mistral, poderão carregar até 16 helicópteros e quatro drones, segundo informou à Sputnik uma fonte da indústria naval.
"Para a instalação são considerados os helicópteros da construtora Kamov. Trata-se do Ka-52K e outros modelos, inclusive Ka-27. A capacidade é de cerca de 15 ou 16 veículos. Além disso, a bordo dos navios do projeto 23900 é planejada a instalação de quatro drones", revelou a fonte.
Muito tempo foi necessário para o Ministério da Defesa da Rússia aprovar os requisitos de aparência do porta-helicópteros, e o projeto final "de sua funcionalidade não se saiu pior, e pode ser até mesmo melhor do que [os navios franceses da classe] Mistral", informou a fonte.
A construção de dois navios de desembarque universais do projeto 23900 foi iniciada em 20 de julho de 2020 na fábrica Zaliv em Kerch, Crimeia, com a presença do presidente russo Vladimir Putin.
Os navios de desembarque, que são análogos aos navios franceses da classe Mistral, serão os primeiros navios desta classe a serem construídos na Rússia. Seu descolamento será de 40 mil toneladas.
Além dos porta-helicópteros, a Rússia está atualmente construindo outras embarcações de desembarque, inclusive um navio de desembarque de doca do projeto 11711 que possui características mais modestas.
O diretor da fábrica de construção naval Yantar, Ilia Samarin, revelou à Sputnik que os navios de desembarque de doca do projeto 11711, cuja construção foi iniciada em 2019, podem carregar no convés pelo menos dois helicópteros e 300 paraquedistas militares, sem contar no deslocamento que corresponde a sete mil toneladas.
O contrato de compra de dois porta-helicópteros da classe Mistral, avaliados em € 1,2 bilhão (R$ 8 bilhões), foi fechado em 2011 pela empresa de construção naval francesa DCNS/STX e corporação estatal russa de exportação de armas Rosoboronexport. O primeiro navio, chamado Vladivostok, deveria ter sido entregue pela França em novembro de 2014, mas devido à situação na Ucrânia e às sanções impostas contra a Rússia, o então presidente francês François Hollande suspendeu o acordo.