O chanceler fez as declarações em reunião com integrantes do Conselho das Américas, entidade que agrupa empresas com atuação no continente.
Na audiência, Araújo também disse que o sistema de saúde brasileiro está "sob estresse" e admitiu "falta de UTIs em alguns estados", mas ressaltou que "está conseguindo suportar bem".
"O sistema de saúde está, claro, sob estresse, mas está conseguindo suportar bem. Tem falta de UTI em alguns estados, mas, no geral, o sistema está suportando bem", disse o ministro, segundo o portal G1.
O Brasil vive alta do número de casos e mortes pela COVID-19, o que tem deixado hospitais lotados em várias cidades brasileiras.
Ritmo europeu
Sobre a campanha de imunização, que, segundo especialistas, segue em ritmo lento, o chanceler afirmou que "está ganhando velocidade". Segundo Araújo, a imunização no Brasil perde para Estados Unidos e Israel, mas está quase no mesmo ritmo da Europa.
"A vacinação está ganhando velocidade. Claro que gostaríamos que estivesse muito mais rápida. Está devagar em comparação aos Estados Unidos ou Israel, mas, em comparação à Europa, não está tão devagar. Os países europeus estão com um pouco mais de 5% da população total vacinada. No Brasil, estamos em torno de 4%, com todos os desafios logísticos que temos. Mas os números [de vacinados] vão subir, temos certeza, nas próximas semanas, com a vacinação", afirmou.
Além disso, o ministro disse que "há forte pressão" popular contra as medidas de isolamento social. Diante do aumento dos casos e da saturação do sistema de saúde, diversos prefeitos e governadores estão voltando a implementar medidas mais rígidas de restrição à circulação.
"O sentimento na população é que nós precisamos voltar ao trabalho", opinou Araújo. "Quando a vacinação estiver mostrando que está fazendo os casos caírem, as coisas vão melhorar, tenho certeza, em algumas semanas", acrescentou.
'Chega de frescura'
Nesta quinta-feira (4), um dia após o Brasil registrar recorde de mortes pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse que era preciso acabar com a "frescura".
"Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades. Mas onde vai parar o Brasil se só pararmos?", afirmou.