Francisco chegou ao aeroporto de Bagdá nesta sexta-feira (5) sob um forte esquema segurança, depois de dizer aos jornalistas no avião papal que se sentia obrigado a fazer a viagem ao país, que "foi martirizado por tantos anos", informou a agência Reuters.
Logo em seguida, o papa deixou o complexo do aeroporto e seguiu para o palácio presidencial em Bagdá. Centenas de pessoas se reuniram em pequenos grupos ao longo das ruas da cidade para ver o pontífice, que se deslocou em um automóvel à prova de balas e foi acompanhado por uma carreata de dezenas de veículos.
Em seu discurso no palácio, dirigido ao presidente Barham Salih, a outros políticos e diplomatas, Francisco pediu o fim da violência no país e criticou os interesses de facções e de estrangeiros que desestabilizaram o Iraque e toda a região, atingindo duramente as pessoas comuns.
"O Iraque sofreu os efeitos desastrosos das guerras, o flagelo do terrorismo e os conflitos sectários muitas vezes baseados em um fundamentalismo incapaz de aceitar a coexistência pacífica de diferentes grupos étnicos e religiosos [...] Que o choque de armas seja silenciado [...] que haja um fim aos atos de violência e extremismo", declarou o pontífice.
Pouco depois, Francisco visitou uma igreja em Bagdá onde homens armados assassinaram cerca de 50 fiéis em 2010. O pontífice rendeu uma homenagem às vítimas desse ataque e de outros motivados pela religião no país. De acordo com o líder católico, suas mortes foram um lembrete de que "violência e o derramamento de sangue são incompatíveis com os ensinamentos religiosos autênticos".
Em sua viagem de quatro dias ao país do Oriente Médio, o líder católico visitará quatro cidades. Ele celebrará uma missa em uma igreja em Bagdá, encontrará o principal clérigo muçulmano xiita do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, em Najaf, no sul do país, e viajará para o norte, para a cidade de Mossul, o antigo reduto do grupo terrorista Daesh, que também é conhecido como Estado Islâmico e é proibido na Rússia e em outros países. Além disso, o pontífice visitará Ur, local de nascimento do profeta Abraão, que é reverenciado por cristãos, muçulmanos e judeus.