Após a reunião, Araújo defendeu parcerias bilaterais no desenvolvimento de "vacinas e remédios" contra a COVID-19. A declaração conjunta foi transmitida pelas redes sociais.
"Israel está dando um exemplo. Assim como em tantas outras áreas, esse país maravilhoso de vocês está liderando a vacinação, liderando o combate contra a pandemia. Nós também temos iniciativas interessantes no Brasil, em relação a pesquisas de novas maneiras de combater a pandemia, e queremos compartilhá-las, queremos ser parceiros no desenvolvimento de vacinas, de remédios, que possam tanto combater quanto prevenir a COVID-19", afirmou o chanceler brasileiro.
Ashkenazi disse que acompanha a situação da pandemia no Brasil e prometeu que Israel "fará todo o possível" para ajudar o Brasil.
"A pandemia da COVID-19 é um desafio em comum que estamos enfrentando tanto no Brasil, em Israel e no mundo todo. Acompanhamos nos últimos dias a situação no Brasil e, em nome do povo de Israel, gostaria de expressar minha simpatia aos brasileiros e temos certeza que vocês vão superar. Posso prometer que Israel fará todo o possível para apoiar seus esforços para superar a COVID-19. Estamos prontos para auxiliar de qualquer maneira que possamos", disse Ashkenazi, em referência ao recorde de mortes pela doença no Brasil.
A delegação brasileira é formada, além do chanceler, por Filipe Martins (assessor da Presidência), Hélio Angotti Neto (secretário de Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde), Marcelo Marcos Morales (Secretário de Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia), pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ) e por Fábio Wajngarten (secretário especial de Comunicação Social), entre outros.
Ernesto Araújo afirmou também que os dois países, juntos, vão desenvolver pesquisas de remédios "ou outras soluções" contra o coronavírus. Até agora, no entanto, não foi apresentado por nenhum dos países nenhum anúncio concreto de parceria.
"Nós vamos explorar oportunidades de investimentos conjuntos em pesquisas para desenvolver drogas ou outras soluções contra o vírus, juntos, Brasil e Israel", declarou.
Spray nasal contra a COVID-19
A comitiva brasileira embarcou para Israel em busca de fazer uma negociação quanto a um spray nasal que está em fase de testes clínicos em Israel e que, se aprovado, poderia ser usado no tratamento da COVID-19.
O medicamento, de nome EXO-CD24, ainda não tem eficácia comprovada e está sendo desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov, em Israel. O remédio, até então, era utilizado de forma experimental contra o câncer de ovário.
Eduardo Bolsonaro disse, citado pelo jornal Folha de S.Paulo, que o objetivo principal da viagem é falar sobre esse medicamento.
"O novo medicamento, chamado EXO-CD24, tem tido uma eficiência perto de 100% nos primeiros testes com relação ao combate à COVID-19, e a nossa expectativa é de que nós possamos aqui traçar acordos de cooperação para trazer para o Brasil a fase 3, a chamada fase de teste", afirmou.